quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Das poesias dos mineiros


A poesia está presente nos detalhes mais simples. Está nos versos com rimas ricas e até nos com pobres; está no canto dos pássaros; está no amanhecer bucólico; está no cheirinho de café sendo coado pela manhã ou na hora do café da tarde. Está, sobretudo, presente na população de Minas Gerais. 
Os mineiros que tive contato (sem exceção) me aquecem o coração com o peculiar modo de falar, independente da região. Não serei insensível como os paulistas, os quais acreditam que quem nasce em Minas está fadado a viver sentado na varando observando as vacas. Muito pelo contrário, admiro de maneira singular tudo aqui existente. 
O sotaque é muito vasto. Vai desde uma intensa expressão que é capaz de conciliar euforia e passividade numa frase do tipo "sou de Inhaúma, per di Set Lagoas" ; passa por Pará de Minas e diz " Ô gent, esse trem tá bom dimais da conta sô"; vai a São João del Rei e coloca o verbo antes do eu "abala eu" e se estende de maneira deliciosa ao dizer " ocê sab que horas vem o prox ôns (ônibus)".
Não tem como não se derreter como manteiga ao ouvir um mineirinho conversar. Não sou capaz de conter o sorriso ao interagir com tanta sinceridade e afetividade ao se expressar. 
Me encanto com a melifluidade da voz e de como a intonação se expressa. Sem contar com as expressões do tipo "arredar", "fingir de égua" "adedanha" (vamos combinar, é adedonha!)
Nossa! É falar um "sô" perto de mim que me conquista fácil fácil!
De qualquer maneira, esse trem de sotaque abala eu toda, sô! 


À todos os mineirinhos que derretem o meu coração, 

                                                                     Namastê