Hoje encontrei um senhor tradicional na minha cidade. Tradicional porque sempre morou aqui e é filho de protagonistas na colonização.
De qualquer maneira, esse senhor possui seus 86 anos e uma carga de histórias fenomenais, e quando não bebe todos os dias, bebe o dia todo - característica dos colonos daqui. Conversamos por um curto período, mas foi o suficiente para me contar sobre seu neto (lindo!), minha família e até suas fotos no alistamento na época da Segunda Guerra Mundial.
Relatou que era um garoto um tanto quanto atraente nas fotos (como seu neto é hoje); agora não mais por estar velho, e me aconselhou que o que importa é o interior das pessoas; Não basta ser jovem, com uma aparência convidativa e não portar simpatia.
Antoine de Saint-Exupéry já disse algo parecido como "O essencial é invisível aos olhos."
Agora eu me pergunto:
Vale a pena gastar tanta energia com algum relacionamento sem a certeza de que existe sentimento genuíno?
Vale a pena conquistar alguém que não será capaz de estar a seu lado, com cabelos brancos, olhos desgastados, rugas e só lembranças da beleza da jovialidade?; Que esta a seu lado mesmo com você saindo de casa e na volta caindo de bicicleta com a sacola de compras? (sim, isso aconteceu com esse senhorzinho e meu pai o levou para casa).
Vale a pena construir uma história com alguém sem a certeza de sentir os segredos, medos, anseios e sonhos protegidos num colo quentinho que alivie ou console as lágrimas?
Vale a pena ter alguém que valorize só os momentos de fachadas - em restaurantes ou passeios de finais de semana com direito a maquiagem e roupas legais - e repudiem vômito ou o simples ato de comer laranja de maneira primitiva, por exemplo?!
Para um futuro confortável cabe a reflexão.
O meu carinho mais sincero a todos os vovôs e vovós, porque
"o que importa é o interior das pessoas!"
S. Pellacani
Namaskar.
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