Peste bubônica, malária, lepra. Historicamente estas foram doenças transmitidas por vetores que fugiram do controle do homem. O mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e da zika, portou-se da mesma maneira e, no Brasil, trava uma luta há décadas. Em pleno século XXI, os brasileiros ainda tentam combater este vetor que ocasiona , problemas de cunho social, econômico e ambiental.
A transmissão das doenças pelo aedes tornou-se um problema de calamidade pública. A dengue, a febre chikungunya e a zika levam várias pessoas a hospitais, os quais têm mais gastos com estes pacientes. Além disso, há suspeita do zika vírus ser responsável pela microcefalia nos fetos de gestantes. Neste caso, os governos têm de investir em tratamentos e manutenções especiais durante a vida das crianças deficientes. Em contrapartida a ignorância da população para com as vistorias do agentes sanitários assim como descasos com lotes e terrenos baldios mostram que os brasileiros deixam a desejar no que tange colaboração na luta contra o mosquito.
Outro entrave é a dificuldade na erradicação do mosquito. O Brasil mostrou-se ineficaz na lutra contra o inseto, uma vez que ele está presente há décadas no território nacional. A favelização, a falta de saneamento básico assim como o lixo em locais indevidos são as justificativas para tal ineficiência. Regiões íngremes, de difícil acesso e má condições de moradias são lugares apropriados para proliferação do mosquito. O esgoto a céu aberto e entulhos colaboram da mesma maneira. Isto demonstra que as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti enquadra-se claramente como negligenciadas, visto que ocorrem e tem origem em países em desenvolvimento.
Vê-se, portanto, a necessidade de atuação conjunta entre governos e população. Os governos municipais devem criar cooperativas que gerenciem e reciclem o próprio lixo e instalações de saneamento básico, com monitoramento de órgãos estaduais, como a secretaria da saúde. A população têm de estar ciente da importância em receber os agentes sanitários por meio de anúncios televisivos e jornalísticos. A longo prazo, tem de haver investimentos federais e de iniciativas privadas e filantrópicas em pesquisas para doenças negligenciadas, sobretudo em regiões do continente africano - visto que as endemias do Brasil tiveram origem lá. Desta maneira, com população e Estado unidos, o brasileiro está apto a erradicar mais um vetor de modo que este fique apenas na história.