sábado, 28 de novembro de 2015

A janela é grude

Fim de ano sempre vem com aquelas rotinas clichês. Comprar presentes para familiares, organizar-se para as festas e a excepcional faxina de fim de ano - aquela que faz limpar as estantes e juntar coisas antigas para doação.
 Numa dessas faxinas de fim de ano junto com minha mãe achei um caderno com anotações do meu primeiro ano na escola de ensino fundamental. Nele, constava a frase: “A janela é grude.” Ao lermos aquilo, rimos de maneira descontrolada. Talvez fosse a incoerência da frase ou a inconstância da minha letra; quiçá ambas.
Quando os risos cessaram, conclui que queria ter escrito: “A janela é grande”. Mas para alguém com 6 anos que está aprendendo a escrever imagino que este erro seja irrelevante.
Recordo-me com carinho da sala em que estudei onde criava estas frases, ela realmente possuía duas janelas bem grandes. A tia Ângela ensinava-nos a formar palavras e parabenizava quem escrevesse o maior número de frases em um caderno específico – mesmo que a frase contivesse erros, como o que aqui citei. Com uma pedagogia muito tradicional, fornecia jornais para que fossem pintadas só as vogais ou só as consoantes para quem ousasse atrapalhar a aula. Eu, felizmente, cheirei a parede apenas uma vez e nunca tive de pintar letrar em jornais. Apesar disso, ficava muito feliz nas segundas feiras, quando era meu dia de apagar o quadro; e nas terças, quando era dia de levar verdura e meu pai me levava.
 Pelas grandes janelas, via meu tio – que dirigia o ônibus 057 e sempre me dava um xauzinho durante o fim da última aula quando chegava para transportar os alunos.
Independe do tamanho – ou do grude – das janelas da sua sala do primário, vale a pena recordar essa etapa do aprendizado e as janelas que esta abriu em sua vida.

Namaskar.

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