sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Qual seu número?

Hoje enquanto almoçava com meu pai, ele concentrou-se no estacionamento que estava a frente das paredes de vídeo do restaurante. Observou que haviam 4 carros um ao lado do outro com os seguintes números de placas:  2717;
7777; 7748; 1777. Como se não bastasse, os carros iniciais das fileiras do estacionamento contavam com as placas: 0917; 0077. No universo da probalidade de placas de números isso é um feito incrível. 

Ao longo do percurso, observamos ainda      placas com 9770; 7007; 7779; 0774; 3770; 0770; 7454; 9077 em menos de 20 km de BR. 
O que isso significa? Nada. 
Mas foi agradável as observações, as conversas e a emoção de observar 7's consecutivos nas placas. 

Essa obsessão de números vinda do meu pai é bem marcante. Ele acredita que o número dele seja o 256, o mesmo da matricula do ensino médio, da placa do carro, de documentos e de tantos outros aspectos numéricos do cotidiano. 

De qualquer forma, espero por mais pessoas felizes ao encontrar seus números ou que encontrem a felicidade em critérios empíricos, 

          Namastê.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O racismo camuflado no Brasil

É bem verdade que a lei áurea aboliu a escravidão em 1888. É bem verdade que a constituição prega igualdade entre cores. É bem verdade que brancos e negros têm direitos igualitários. Ou não.


Vivemos em uma sociedade a qual o racismo está em todas as esferas. Não adianta debater com discursos de alteridade ou de benevolência, ele existe sim, e muito mal camuflado.
Prova disso é a maneira que os policiais abordam negros e brancos. Brasília é um claro exemplo, assim como tantos outras regiões brasileiras, que nem precisam ser periferia.
Observo que esse preconceito camuflado se intensifica ainda mais em regiões brasileiras onde ocorreu imigração européia. E permite generalizações; regiões interioranas do Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul... Locais com maior número de habitante talvez isso ocorra de maneira  menos intensificada quiçá pela maior circulação de informação possibilitando a maior abertura da mente das pessoas à modernidade.

Mas como condenar os pensamentos dos mais antigos advindos da imgração? como alterar uma maneira hereditária e hierarquizada de educação?
Pois pense se é possível de maneira eficiente alterar o modo que alguém que foi educado por pais viveram numa Europa com o holocausto eminente, com a teoria da evolução de darwin, com o Darwinismo social pregado por Herbert Spencer (associando que negros eram mais próximos evolutivamente dos macacos), observando negros escravizados e comercializados como objetos, tratados com asco e segregando-os. Esses antigos construíram famílias, e essas famílias atribuíram valores e conceitos morais visando o negro de maneira negativa.
e não precisa ir tão longe ou imaginar uma história dos livros para observar isso não.

Meu avô, fruto da imigração italiana criado com as tradições conservadoras,  caso estivesse vivo, estaria com seus oitenta anos. Recordo-me de que, quando pequena, por volta dos 6 anos, minhas primas mais velhas (loiras e dos olhos claros) namoravam com negros. Ele satirizou dizendo que "só faltava eu arrumar um namorado negro". Na época, eu nem senti o impacto do que ele disse nem o desgosto dele. Mas como dizer pra alguém educado à década de 30 de que não era correto pensar daquela maneira? Vovô, pelo que ouço dizer sempre teve a personalidade muito forte, e esse questionamento seria um afronto e sinal de subversão ao respeito que todos deveriam ter com ele. Talvez se eu não tivesse a educação que tive e contato com sentimentos de alteridade permanecesse com o pensamento racista e hierarquizado do vovô, e de tantos vovôs que estão vivos.

Mas a questão racial vai muito além de pontos familiares ou carcerários.  Observe a quantidade ínfima de alunos negros que existem em renomadas escolas particulares. São esses alunos que tem uma maior probabilidade de ingressarem à universidade.
Em contrapartida, o número de alunos negros em escolas públicas (que não possuem infra-estrutura, muitas vezes, para tecnologia, biblioteca, laboratórios, professores motivados e qualificados assim como conta com muita burocracia para recibo de verbas) é alto, sobretudo em regiões com histórico de escravidão. Estes entraves limitam o desenvolvimento da vida escolar, fazendo com que a disputa por uma vaga em ampla concorrência em uma universidade pública seja desleal, impedindo o ingresso dos menos privilegiados.
Considerando o acesso à educação um nivelador social, o ciclo de segregação permanece.

E geram-se questionamentos sobre o regime de cotas. Não é uma questão de preconceito, mas de contingente populacional. Não é dizer que os negros não são capazes, mas é uma maneira de ampliar a possibilidade de missigenação nas universidades segregacionistas.
Os negros marginalizados pós abolição da escravatura também construíram  famílias como os imigrantes, mas historicamente com menos privilégios. Escravos não tinham condições de comprar terras do mesmo modo que os imigrantes, e quando tinham, eram vistos como subversivos.
Aí vêm os sensacionalistas tentar debataer que "eu conheço um negro que...". ok. Também conheço negros excepcionais! Os melhores professores que tive em algumas áreas eram negros. Mas não eram a maioria nem tampouco chegavam a uma porcentagem considerável.

Assim, por questões hierarquizadas e sociais o preconceito permanece. E precisa ser avaliado com mais afabilidade e alteridade pela sociedade. Desejo que todos os questionamentos acerca da segregação e disparidade social sejam feitos embasados em livros de história do Brasil. 

      Namaskar.


domingo, 25 de outubro de 2015

Cantadas nerds

Na semana posterior ao ENEM, nada mais inteligente, criativo e instigante (mentira) que cantadas nerds.


1. Gata, me chama de reação exotérmica que eu libero seu calor;

2. Não sou uma função linear mas sou afim de você;

3. Não somos ângulos consecutivos, mas temos um lado em comum;

4. Você não é ddp, mas quando te Vi, eu R.I; (V=R.I)

5. Você é tão linda, que quando te vejo, rio potássios (K, K, K, K);

6. Se você tivesse um código, seria C12H24O12, porque você é um docinho;

7. Você atacou Recife em 1710? porque Oooh Linda;

8. Na teoria dos conjuntos, você é o elemento que E (pertence) ao meu sistema circulatório, que inclui o coração, gata;

9. Se fossemos ângulos, nossa soma daria 90º, porque somos completares;

10. Me chama de lei do octeto, que de acordo com os níveis eu libero sua energia;

11. Gosto tanto de você, que meu músculo involuntário por ti não bate, sofre ação da energia cinética e capota;

12. A mina era tão difícil que eu pensei que fosse um gás nobre, porque era difícil fazer ligações;

13. você não é metal, mas tende a me deixar com um caráter mais eletroposito;

14. Gata, você não é atnosfera mas tira meus pés do chão;

15. Gata, não fui as cruzadas, mas me ajude a retomar as suas rotas que me levam às suas especiarias;

16. Não sou carbono, nem você é um canavial, mas me seqüestra;

17. Vamos brincar de fotossíntese a partir logo para fase escura;

18. Lavoisier disse que nada se cria, nada se perde; tudo se transforma. Minha atração por você não se perdeu, transformou-se em um sentimento maior;

19. Na minha vida você é igual o açúcar na história da economia do Brasil: marcante desde o início;

20. Me chama de chama de cor azul, que te mostro meu pequeno comprimento de onda mas todo meu calor.




A Persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

A partir da segunda metade do século XX, com o advento da pílula anticoncepcional, da minissaia assim como do movimento feminista as mulheres ampliaram a igualdade de gênero adquirindo direitos morais e éticos. Apesar de todos os avanços, em pleno século XXI o sexo feminino ainda luta contra a persistência da violência. Esta persistência ocasiona problemas de cunho social, moral e até econômico, os quais precisam ser combatidos.

É notório que avanços foram conquistados, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, mas não há total eficácia devido a dificuldade de monitoramento e o desrespeito. Isto ocorre devido padrões seculares, uma vez que o papel feminino esteve restrito ao lar, de maneira submissa ao homem e sem efetiva atuação na economia e na política, prova disso é a diferença salarial e o contingente de cargos públicos femininos menor que masculinos. Estes pensamentos engessados contribuem para a persistência da violência contra a mulher.

A economia, além disso, também é afetada. O elevado e crescente número de assassinatos demonstra o cenário da violência, isto é um fator que não atrai investimentos estrangeiros, como empresas do ramo de cosméticos, por exemplo. Vale ressaltar também o papel que a mulher exerce na família, de afeto e estabilidade. A violência dentro da família diante de crianças - que reproduzem modelos - faz com que esse cenário se perpetue na sociedade.

Vê-se, portanto, a necessidade da atuação conjunta de governos e sociedade. Ao Governo Federal compete a ampliação do monitoramento das Lei Maria da Penha e do Feminicídio, aderindo em todos os estados medidas como a adotada no Espírito Santo, do "Botão do Pânico", a qual a mulher o aciona quando o agressor estiver próximo. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)  deve acompanhar as crianças nas escolas amparando os problemas de crianças que presenciam a violência e educando sobre o papel da mulher na sociedade. Os Governos Estaduais devem conceder incentivos fiscais às empresas além de ampliar a segurança com a instalação de UPP's (Unidades de Polícia Pacificadora) com potencial econômico mas elevado índice de violência contra mulher. Desta maneira, com uma boa gestão pública, é possível minimizar a violência e valorizar as lutas femininas. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Quais são suas janelas?

Acredito que qualquer pessoa, pelo menos algum dia, já pensou em pular da janela. Pode parecer pejorativo ou cômico, mas falo sério. Talvez por curiosidade da sensação, talvez por necessidade ou ainda como uma maneira de sancionar problemas.

É bem verdade que para uns, mais que para outros, a curiosidade do que há além da vida terrena é enorme. Isto incita    pulos.  A necessidade diante do perigo, também.

Os piores motivos, em contrapartida, são os que vêm de dentro, da própria mente, influenciados pelo meio externo. Contribui para isso a insegurança; a pressão; a falta de confiança. A necessidade de alguém que não está disponível; a espera de uma única mensagem em meio a dezenas; o peso na consciência; o medo; os soluços e lágrimas contidos; a angústia. Quando tudo isso ganha volume e soma-se, ocorre o que todo ser já pensou algum dia. Aí você se depara no parapeito da janela observando a altura e imagina quão tênue é a linha da vida. Como os problemas, as angústias, a insegurança, a responsabilidade, a dor da falta, o medo, podem se esvairir em segundos. Pensa em calcular os impactos de uma possível queda proposital e hesita ao imaginar que os estragos podem não ser tão satisfatórios, ocasionando seqüelas e problemas ainda maiores. Em contrapartida, agradece por toda fé que possui, a qual limita atitudes periculosas.



Desejo mais grades nesse mundo desordenado e impulsivo.
          Namastê.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Carta


Por vezes, nos desentendemos com o que está a nossa volta, com nós mesmos e até com anjos, mesmo que sejam únicos. Dessa maneira, precisamos de um intermédio para nos comunicarmos com eles, sendo necessário veículos, como Nossa Senhora, Santos e até cartas.


" Vitória, 08 de outubro de 2015,

Provavelmente o que sinta seja medo, raiva, revolta, angústia... Talvez, acima disso, sinta medo no momento. Sei que não sou capaz e talvez nem tenha o direito de passar segurança. Mas apesar dos pesares estou na torcida para que tudo dê certo. Desejo que por meio das duas velas cruzadas e do rastelo, emblemas de São Brás, sejas abençoado.

Coloco-me no teu lugar e imagino o que passas. O que vem à mente quando olha pela janela; quando teus sentidos têm percepções do ambiente gélido e pardo; da comida, da tua alimentação; da sua mente.
Quando perguntas foram feitas acerca do lugar (físico e não fisiológico) a intenção era a visita. Mas não é viável.

Desejo que tudo dê certo, que tudo transcorra bem e que não fraquejes. Acredito na tua  força e tenho fé naquele que proporciona providências. Porque quando é genuíno, independe da circunstância há zelo.



                                                                                              Para um Anjo,
Com  carinho e soluços da apreençãoo: -Hicc!"