quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Seja incrível!

Estava a conversar com uma amiga e conclui o quão bizarro nós mulheres nos tornamos ao sofrermos por coisas desnecessárias. Parecerei fútil mas, sofrimentos por calçados não adquiridos, por aquela roupa maravilhosa que não tem o número, por uma unha quebrada, por problemas do trabalho ou qualquer coisa do gênero são válidos, - e suportáveis de serem sentidos sem causar tantas rugas.

 Agora, sofrimento por terceiro, acredito que seja mais futilidade ainda. sei que é fácil dizer sem estar na situação. Ora, se uma amiga está a sofrer por um 'boy' basta dizer "valorize-se, e se quiser, dê a chance para os tantos contatinhos que existem na sua agenda", é muito simples e teoricamente, fácil. Em contrapartida, lidar com isto quando há sentimento envolvido é bem complicado. Virar a página quando os finais de semanas tornaram-se fadados a permanecer numa companhia que já vinha se tornando mais do que agradável, mas rotineira, e a falta constrói uma saudade que transborda em lágrimas. Vamos combinar que, sofrer por aquela unha quebrada, sapato, roupa ou assuntos de trabalho é muito mais agradável.

E o mais bizarro: não precisamos disso, e por vezes eles nem merecem.

Ora, minha geração é super independente. Não precisamos de namorados nem ninguém com título semelhante ao nosso lado para nos apoiarmos.Somos independentes, não dependemos financeiramente de homens e se quisermos sair, sairemos. sozinhas e com nossas companhia. e não há problema algum. Somos esforçadas e bem direcionadas quanto aos nossos cursos e empregos, e se quisermos compartilhar nossa intimidade com alguém é somos confiantes o suficiente para permitirmo-nos isto. Participamos de aulas de campo e obtemos desempenho tão bom (quando não melhor) que os homens tanto dentro quanto fora de sala. Vamos do 8 ao 80 se quisermos, e da maneira que quisermos.

tenho uma amiga (que tem amigas deste modo) fenomenal!!! Sério, admiro de uma maneira ímpar a maneira com a qual ela age. Se elas saem de casa com vontade de beijar, elas simplesmente beijam - quem elas quiserem, como elas quiserem. Isso não se adapta à minha personalidade pois me apego muito fácil e me sentiria usada de certa maneira. Mas o porque de eu admirar tanto elas é o fato de que elas usam os garotos. E só!




Somos incríveis e capazes de mantermos isso sem cânceres ou qualquer desagrado.


                                                                                                                Namastê.

sábado, 26 de novembro de 2016

Rótulos

Quem nunca comprou um produto pelo atrativo da imagem da embalagem que atire a primeira pedra.
Quem nunca comprou um produto pelo atrativo da imagem da embalagem e se decepcionou com o conteúdo, que permaneça a atirar pedras.
Isso é muito recorrente. Com aqueles chocolates que aparentam um recheio sensacional; com panetones trufados e que mal mal são molhadinhos por dentro; com hambúrguer e tantas coisas que a mídia  e a publicidade são capazes de enganar nosso cérebro. Compramos a imagem. Compramos embalagens. Compramos rótulos.

Como se não bastasse o hábito na indústria, nós fazemos isto constantemente com pessoas.
Minha maturidade para parar de rotular as pessoas chegou um pouco tarde, e nem sei se chegou por completo.

 Estamos fadados a rotular o tempo todo. Rotulamos que quem senta na primeira carteira da classe são nerds que querem aparecer e pagar de inteligentes. Sequer questionamos se possuem problemas de visão, de atenção ou de audição.

Rotulamos que quem estuda e tira boas notas sem dúvidas é totalmente centrado e não possui vida social. e ainda ousamos dizer: "O que adianta ser tão inteligente e não aproveitar a vida?".

Rotulamos que pessoas tímidas com apreço por rotina não vão à festas, não se embebedam e não trocam o dia pela noite e não beijam muiiiito.

Rotulamos que pessoas negras e/ou vestidas de modo que foge do "padrão" habitual - também rotulado pela sociedade - não irão nos assaltar. Por vezes deixamos de mexer no celular quando estas se aproximam, sem nem considerar que podem ser pessoas melhores do que nós.

Rotulamos a beleza relacionando-a à fotos e curtidas no instagram.

Rotulamos que a mocinha elegante e aparentemente delicada não tem um lado bruto.

Rotulamos as pessoas pela vestimenta e associamos à poder aquisitivo. Há tempo me contaram a uma história de um homem sujo, muito trabalhador que chegou numa concessionária de caminhões. Não obteve atendimento adequado pelos funcionários da loja. Saiu sem ser percebido e retornou de modo semelhante com uma maleta. Com humildade tirou da maleta o valor do dinheiro para adquirir um veículo à vista, quebrando a expectativa imediata que as pessoas ali presente criaram dele.

Rotulamos mendigos e os associamos a drogados e perdidos, sem sequer conhecer seu histórico familiar e os problemas por eles vividos.  Uma das minhas conversas mais sensacionais - a qual chorei como criança - foi com um morador de rua, a qual comentei aqui.

O fato é que é possível ser nerd e sentar no fundão, bem como sentar na frente e ser excepcionalmente divertido. É possível ter excelentes notas e mérito e ser a pessoa mais enturmada da galera. É possível usar Oakley, Lacoste, Cobra D'água, Kenner e ser honesto. É possível ser meiga e fofa mas rústica quando se trata de esporte ou campo. É possível considerar as pessoas babadeiras do instagram bem barangas ao vivo e sem filtro. É possível ser tímido e beber, curtir a noite da maneira menos provável e beijar quem der vontade. É possível encontrar alguém de jeans e chinelo com conta no banco maior que o engravatado. É possível encontrar moradores de rua com histórias fenomenais e muitos ensinamentos - considerando ainda o que diz Gnomo Brasil em Chocolate Louco ¨hippie tem cartão de banco".

A sociedade deixou de se enxergar como humanidade desde a Revolução Industrial e a inserção de embalagens.


                   
                Créditos à foto: Maria Laura Couto Costa (com rótulo e conteúdo excepcional)


Saiba construir relações pessoais de maneira semelhante a alguém que cuida da alimentação e escolhe produtos na prateleira. Esqueça os rótulos e procure pela trabela nutricional, a qual lhe fornecerá o conteúdo.


                                                                                                                                                       Namastê.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Sobre degraus: suba!

Por vezes sonhamos, mas, ao depararmo-nos com os obstáculos desistimos simplesmente porque o cômodo é mais agradável que o trabalhoso.
Em contrapartida, a emoção da conquista é mais saborosa que a tranquilidade do passivo.

Por isso, é fundamental planejarmos nossos sonhos e, sobretudo, como os conquistaremos. Tenho um amigo que sempre questiona que "o dia passou e eu não fiz nada"; "tenho tanta coisa pra estudar mas não está rendendo". Eu apenas o oriento a se planejar. Anotar tudo que tem de ser feito em horários pré determinados - claro que na medida do possível. Não adianta destinar pouco tempo para atividades que requerem mais. Funciona de maneira semelhante com o pomodoro (que inclusive foi esse mesmo amigo que me apresentou à prática).



 Deste modo, é possível subir um degrau de cada vez de modo a não permitir que o melhor seja inimigo do ótimo. Se não tem como ser ou fazer "o melhor" seja ou faça o seu melhor.





Sonhe alto, planeje-se, suba sem medo e comemore em silêncio.


                                  
                                                   Namastê.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

"Todo mundo faz"

Por vezes justificamos nossos comportamentos com a frase "mas todo mundo faz" e nos engamos acreditando que muitas atitudes são normais simplesmente pelo fato da sociedade ter rotulado o errado, comum.

Inúmeras vezes me deparei com pessoas influenciadas a fumar, a ouvir musicas, a frequentar lugares, a publicar fotos e status, a consumir produtos e até mesmo a beber apenas para se sentir inserido pois  "todo mundo faz".

Não te julgo se você fuma pelo seu vício e por ali encontrar a calmaria. Não te julgo se você gosta de apreciar cerveja, de degustar um bom vinho ou se gosta da bebida barata pra ver o estrago. Não te julgo se você conhece as músicas dos seus amigos e se identifica com elas. Não te julgo se você foi influenciado e instigado a conhecer novos lugares e sabores. Não te julgo se você se inspira e admira fotos ou se recebeu bons argumentos sobre um produto. Mas, te julgo, se você se forçar a "gostar" e a se comportar de tal modo apenas porque "todo mundo faz".

E não me vem com essa de que "não existe má influência as pessoas fazem o que bem querem". Até o ser humano adquirir maturidade para não ser influenciável requer muita vivência. Um adolescente obviamente será influenciado por um grupo de amigos para se sentir inserido.

Fazer o que todo mundo faz porque todo mundo faz é de uma hipocrisia ímpar. É sem definição o aconchego e admiração de conhecer pessoas diferentes, com histórias que diferem da sua, e até mesmo opiniões.  Por mais que o outro discorde de você e na sua cabeça você esteja a pensar "nossa, que pessoa sem noção" o respeito  à opinião do outro é algo construtivo e necessário para uma sociedade sadia e flexível. 
Imagine que chato chegar a uma festa e conversar com várias pessoas com o mesmo comportamento e mesma concepção de vida.
Uma sociedade heterogênea é uma veículo de propagação de conhecimentos.

Que você tenha experiências a ponto de definir quem você é, de modo a não ser influenciável, sendo Maria, mas não indo com as outras.


                                                                                     Namaskar. 

domingo, 20 de novembro de 2016

Família mineira

Hoje tive a oportunidade de almoçar com uma família mineira e confesso que é uma experiência sensacional. Não difere muito da família de cultura italiana. Sempre lhe oferecerão comida até não conseguir mais comer um grão e no café da tarde os primos se reunião em um canto enquanto os tios estarão conversando em outro, mas sempre interagindo.
Mas a receptividade mineira é singular com direito a sorrisos, abraços e beijos na bochecha com marca de batom ilimitados. A comida então, nem se fale. Você se deparará com um feijão tropeiro espetacular para "encher o pandú"- que, em Minas, aos domingos é mais certo que uva passa nas comidas de fim de ano.
E o melhor de tudo é ouvir o modo de conversar.
Não sei lidar em ser recebida com um "comê que cê ta?" e com o aconchego de estar no sofá (que sempre cabe mais um) e chegar um primo e dizer "arreda um pouco" ou então receber um convite "vamo conós" ou "vamo cagente" ou ainda ser convidada para um "cafezim" com um "pãozim" e durante o café ouvir uma explicação com "olha pro cê vê". Acompanhar a rixa "cabulosa" entre Cruzeiro e Galo e tentar entender qual "jugô" melhor. "Nú", "Nossinhora". Sem falar no "sô". Eu me derreto toda ao escutar um "sô". Minha vontade de abraçar toda a família, colocar em um baú e carregar pra casa!



Meu apreço à todas as família mineiras que são "um trem bão dimais da conta, sô"


                                                                                                          Namastê.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Mas você vai sozinha?

Por vezes me deparo com as pessoas me perguntando "mas você foi sozinha?" e sem exitar eu respondo: sim!
Se eu não optasse por ir sozinha, provavelmente não iria em muitos lugares. Pra começar, minha melhor amiga é muito sedentária. Não compreendo como é capaz de passar o dia inteiro deitada. Além do mais, não tenho irmãos, e minhas outras amizades, bom, ou moram longe ou são "frescas" demais para me acompanharem.
Aprendi que se eu quero nadar, tenho de colocar a touca, os óculos e apenas ir. Se quero fazer trilha de pedal, basta eu pegar a bicicleta e ir. Se quero andar de patins, basta calçá-los e adivinha: Ir!

Recebi uma visita na última semana e ouvi "Nossa, mas você mora sozinha?" como se fosse um martírio!
Recordo-me de que no início do ano teria um show o qual queria muito ir. Me programei pra ir e pronto. Acebei por receber um convite, e minhas amigas enxergaram o fato de, de imediato ter dito que iria sozinha, como uma desculpa para não dizer que iria acompanhada. Por favor!
Não vejo problema em ir sozinha. Sou muito legal e gosto da minha companhia.
Em alguns pontos ir sozinha tem seu lado ruim. A falta de uma companhia te impossibilita de tirar certas fotos, mas existe tripé e temporizador e pau de selfie e lentes que minimizam isso (tenho de considerar também que muito dos meus amigos não têm paciência comigo para fotos). Confesso que já passei por alguns apuros como dito aqui, bem como já peguei alguns ônibus errados, mas no fim foi divertido e me possibilitou novos horizontes.

Tenho de ressaltar que estar sozinha te possibilita conhecer novas pessoas de maneira distinta.
No último final de semana fui a um seminário o qual tinha muita vontade de ir (e se me enxergasse dependente de alguém, não teria ido). No intervalo entre as palestras, um jovem se aproximou e perguntou se eu estava sozinha. Foi bizarro, pois, estávamos num salão com várias outras pessoas. Por fim, o conheci, bem como seu amigo fotógrafo. Compartilhamos ideias, histórias, sorrisos e a companhia ao decorrer do seminário.
Hoje, por exemplo, estava caminhando a fim de encontrar uma igreja que só tinha conhecimento da torre. De súbito, me deparei com a rua interrompida devido um evento da rede globo. comuniquei  o senhor que vinha no mesmo sentido que eu, e, acabamos por conversar. Até agora não sei o nome dele, mas sei que veio de Bauru- SP, tem uma filha que faz estatística e tem tantas outras histórias sensacionais que apesar de simples, foram agradáveis de ouvir. Não sabia pra onde ele estava indo, e na verdade nem eu sabia para onde ir, pois já tinha encontrado a localização da igreja. Eu apenas acompanhei os passos dele até onde achei seguro e conveniente.

            



Não exite em ir sozinho. Com um pouco de dinheiro e bom senso de segurança é possível conhecer novos lugares, pessoas, histórias, culturas, costumes e acima de tudo, a si mesmo.


                                                                                                                    Namaskar.

sábado, 5 de novembro de 2016

< Balanço de um ano de rompimento da barragem de fundão - O Espírito Santo > #3/5

Após o rompimento da barragem, ou como diria os capixabas, após a barragem "pocar", com cerca de três aflitos dias a população espírito santense foi inundada com a lama de rejeitos da barragem de fundão no Rio  Doce, atingindo os municípios de Baixo Guandú, Colatina, Marilândia e Linhares.


O drama vivido no Espírito Santo reafirma que o crime afetou pessoas que estavam muito longe do empreendimento. Não foi um desastre espacial, mas temporal. Não é possível ter estimativas do tempo de recuperação da região e de sua produtividade com efeitos difíceis de serem quantificados.

Os danos atingiram setores vários, como da economia, do turismo, da agricultura, do comércio, gerando uma desconfiança generalizada bem como impactos emocionais.

* Agricultura

Todos os municípios atingidos compartilham a prática da agricultura. Desde a de subsistência, passando pela familiar (que abastece o mercado interno por meio das feiras e mercados) até o plantation, com a monocultura de café e mamão, por exemplo. Deste modo, o preço de muitas mercadorias provenientes do campo aumentou (isso quando a mercadoria não vinha a faltar). Ocorreu ainda a falta de mercadoria para exportação - a qual auxilia a manter a balança comercial favorável - e deixou muitas pessoas em situação de dívidas nos bancos. Imagine a situação de muitos José's que vivem da agricultura, tendo-a como único modo de ganha pão. Eles vão ao banco, fazem empréstimos, compram irrigação, agrotóxicos; pagam mão de obra para plantar; acordam cedo e trabalham de sol a sol. Contam com o auxílio da natureza para mandar chuva e assim terem água para tocar o seu negócio. Na hora de irrigar suas plantações, e posteriormente colher e devolver o dinheiro ao banco, são impossibilitados devido ao crime. É desolador.


* Pescado
Os pescadores deixaram de pescar (na teoria, pois na prática muitos dependem dos peixes para se alimentarem). Parece simples dizer que o problema cessa apenas com a população deixando de pescar e de consumir o pescado, mas os peixes dali extraídos eram utilizados para constituição de ração animal. Deste modo, a contaminação dos peixes afeta uma outra cadeia, a dos animais a consumirem a ração. Isto promove altas chances de casos de câncer, um legado perverso deixado às próximas gerações.
Além disso, as pessoas que alugavam freezers na alta temporada bem como os artesãos de redes de pesca e de anzóis também são afetados, impedindo a economia de se desenvolver uma vez que limita o capital de giro.
Perpetua-se assim, o sentimento de insegurança alimentar e a complexidade nas relações sociais.

Ainda relacionado às comunidades pesqueiras, um dos problemas que ocorre é o tédio. O cartão de dinheiro apenas não resolve os problemas, uma vez que uma atividade de vida foi interrompida sem deposição de outra atividade no lugar. É comum encontrar pescadores bêbados sentados nos barcos. Ocorreu aumento nos casos de violência doméstica, de prostituição e como consequência a quebra na estrutura familiar. Tudo isto permeado de insegurança, desconfiança e medo.

*Regiões Litorâneas; Turismo

O turismo foi diretamente afetado, visto que os rejeitos após desaguarem no mar atingiram todo o litoral capixaba. E mesmo com a informação de que as praias estavam próprias para banho, muitas famílias trocaram o programa de verão com medo e desconfiança, os quais permanecem um ano após o ocorrido. O balneário de Pontal do Ipiranga, em Linhares, é um exemplo. Visitei o local no feriado de 12 de outubro de 2013. Apesar de ser feriado, o balneário estava vazio. Apenas a população nativa estava no local. O dinheiro da comunidade é arrecadado apenas na alta estação. Após o ocorrido, a renda de muitas famílias foi comprometida, visto que aguardavam o dinheiro a ser arrecadado no mês que sucedia a tragédia. Isso não só em Pontal, mas em todo litoral capixaba.

Além disso, há comunidades em que funcionários da Samarco visitam os locais tingidos todos os  dias de modo a coletar amostrar e fazer registos. Sem diálogo com a população, estes profissionais provocam o sentimento de vigilância e monitoramento contínuo, gerando uma alienação em massa.

* Comunidade Maria Ortiz - Colatina
Este bairro localiza-se a cerca de 5 passos da ferrovia da compania da Vale. A população ribeirinha sempre conviveu com a ferrovia passando todos os dias, poluindo as casas com minério bem como contribuindo para a poluição sonora.
As mães mandavam os filhos brincarem "do outro lado", oposto à ferrovia. Em contrapartida, no último ano as mães deixaram de orientar isto, pois, "o outro lado" agora encontra-se o rio inundado de lama de rejeitos.
Não há mais lado para que as crianças brinquem nem sossego para as mães.
A empresa explora e impacta a região nas duas margens da sociedade.


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Ainda em Colatina, há um resistência em reconhecer que a água é própria para consumo. A cidade permanece desconfiada da qualidade da água apesar de existirem laudos técnicos que mostram o contrário. Há necessidade de comprovações científicas para sustentar que não há mais riscos, mas mesmo assim, a sociedade resiste em se submeter a mais riscos.

Uma amiga de Colatina, gastou 6 meses com um tratamento de pele bárbaro. O rosto parecia de uma princesa. Após encerrado o tratamento (e do pagamento), ocorreu a tragédia, e a qualidade da água para banho era terrível. Repleta de cloro, com cor, cheiro e gosto. A pele de Barbie passou a ter alergias.

E os danos não param por aí. Há pesquisadores do Reino Unido que estão a fazer o estudo da contaminação das águas subterrâneas. Fica mais que evidente que este um ano de tragédias decorrente do crime se perpetuará por incontáveis outros anos.

Como se não bastasse, instituições judiciais mantiveram-se neutras diante do acontecimento.  Muitos executivos simplesmente abandonaram o caso. E pior, passaram para a empresa a responsabilidade e o poder de como será feito o processo de reparação. Assim, os termos são dados pela empresa, dando a ela o domínio não apenas do controle da situação, mas do tempo das pessoas que ficaram diretamente dependentes das decisões a serem tomadas.


Adéquo aqui uma frase utilizada na geologia: "Do continente ao mar, tudo é mudança".


Confira mais no acervo digital lançado ontem: http://riodocevivo.omeka.net/


Deixo a minha solidarização ao meu querido povo capixaba,

                                                                                                    Namaskar.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

As dificuldades para a democratização do acesso à cultura

O acesso à cultura nunca foi democrático no Brasil, visto que cultura está relacionada à educação. No século XVIII, apenas filhos da elite minoritária tinham condições de estudarem na Europa. No território nacional, a facilidade à educação chegou apenas no final do século XX. Atualmente, mesmo com amplo contato à internet, o acesso à cultura ainda fica restrito, fato que precisa ser revertido.


A supervalorização do futebol e do corpo, são empecilhos para a democratização da cultura. Por vezes, pessoas tendem a pagar por ingressos de futebol valores maiores que ingressos de teatros, por exemplo. Além do mais, o mercado de cosméticos brasileiro é o segundo maior do mundo, bem como o amplo litoral explorado pelo turismo contribui para a supervalorização do corpo. Deste modo, pessoas são tendenciadas a passarem mais tempo em academias do que em estádios, bibliotecas e feiras científicas.


Vale ressaltar também que, teatros, cinemas científicos e eventos culturais costumam ocorrer em grandes cidades e centros urbanos, e nem sempre são gratuitos. Isto,  aliado a inexistência de uma cultura na sociedade brasileira que estimule o interesse à assuntos culturais limita não só o acesso, mas o interesse da população. Outro ponto que afeta a democracia cultural é a dicotomia social, visto que, em uma mesma região, o valor da mensalidade de escolas particulares chega a ser equivalentes ao salário mensal que uma família tem para se manter.

Deste modo, visto que a dicotomia social é um problema, compete ao Governo Federal conceder "tickets família cultura" os quais possibilitem o acesso gratuito ou subsidiado em teatros, cinemas e feiras científicas, de acordo com o importo de renda de cada família. Às escolas devem coordenar projetos integrados, interagindo escolas públicas e particulares de modo a compartilhar desde a cultura literária até a local, Empresas de cosméticos devem pagar impostos que sejam revertidos em verbas para investimentos em cursos de artes cênicas, teatros e espaços culturais, promovendo a cultura itinerante para que o acesso não se limite apenas em centros urbanos mas para que chegue também no interior. A mídia deve ter carga horária de transmissão de programas de futebol equivalente à de programas culturais. Deste modo, em pleno século XX, é possível democratizar o acesso à cultura no Brasil.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Anticoncepcional


Esta semana estava comemorando o aniversário de uma pessoa muito querida, junto de outra pessoas queridas também. Até o momento do alarme de uma delas despertar e, coincidentemente no mesmo horário de outras três também. Tratava-se do lembrete do horário para que elas tomassem seus anticoncepcionais. Isso bastou para que o assunto da mesa se torna este. Em meio todas as meninas, eu (e o único menino ali presente) éramos os únicos a não tomar anticoncepcional. Além disso, refleti que, todas as minhas amigas fazem uso do mesmo.



Resultado de imagem para anticoncepcionalObviamente, não sou contra. Acho excepcional a emancipação e independência feminina que ele proporciona. Porque, vamos combinar, não somos obrigadas a nada! O que me intriga, é que há quem tente me convencer que eu necessite de aderir a este hábito. Bom, por hora, não tenho a necessidade de utilizar métodos contraceptivos, além do mais, sou extremamente regulada, basta eu olhar no calendário que saberei exatamente o período que irá chegar. Chega, tem a sua duração normal e pronto! Além disso, meu corpo passa por todo um ritual natural, de inchar-se por reter líquido, e após isso fico magra que faz gosto. Minha saúde se manifesta da mais correta que a natureza programou. Ainda, não sinto cólicas consideráveis, conto nos dedos as vezes que precisei tomar remédios para isto.
Podem vir com argumento de que "ajuda nas espinhas e a melhorar a pele". Poxa, não tenho espinhas consideráveis, e minha pele está ok. Refuto que, o anticoncepcional gera alterações hormonais, caso o utilizasse, estaria sujeita a engordar (o que seria muito provável para o meu biotipo).
Outro ponto que por enquanto faz com que ainda permanece sendo minoria, é que o uso em massa deste não possui estudo longínquos. Ora, um estudo voltado pra saúde, como para dizer que o óleo de coco ou a semente de chia fazem realmente bem ao organismo necessitam de pesquisas de no mínimo 50 anos, de modo que atravesse gerações e seus resultados sejam de fato observados. Na época de nossas mãe e avós o uso do anticoncepcional não era comum. Não sabendo de fato os efeitos colaterais que podem gerar a longo prazo.
Outra, visando que de qualquer modo é um medicamente e ainda provoca alterações hormonais, isto iria contra o meu estilo de vida paleo. Não veja isto como um capricho ou como uma mera dieta. Apenas procuro me alimentar na maioria das refeições de comida de verdade proveniente da natureza, evitando industrializados e embutidos. Meu organismo é sensível à mudanças alimentares, bem como à bebidas alcoólicas, e sem dúvidas o anticoncepcional iria contra o meu estilo de vida.
À todas as amigas que necessitam do queridinho "anti-baby", seja para funcionar realmente como um anti-baby, seja para regular o ciclo, seja para ter a autonomia de dizer "vou pra piscina quando quiser porque não sou obrigada", seja para evitar cólicas, melhorar a pele ou mante a saúde do útero, façam bom uso. Mas eu, por hora, não necessito. E não precisa tentar me convencer.



                                                                                                        Namaskar.