quarta-feira, 2 de novembro de 2016

As dificuldades para a democratização do acesso à cultura

O acesso à cultura nunca foi democrático no Brasil, visto que cultura está relacionada à educação. No século XVIII, apenas filhos da elite minoritária tinham condições de estudarem na Europa. No território nacional, a facilidade à educação chegou apenas no final do século XX. Atualmente, mesmo com amplo contato à internet, o acesso à cultura ainda fica restrito, fato que precisa ser revertido.


A supervalorização do futebol e do corpo, são empecilhos para a democratização da cultura. Por vezes, pessoas tendem a pagar por ingressos de futebol valores maiores que ingressos de teatros, por exemplo. Além do mais, o mercado de cosméticos brasileiro é o segundo maior do mundo, bem como o amplo litoral explorado pelo turismo contribui para a supervalorização do corpo. Deste modo, pessoas são tendenciadas a passarem mais tempo em academias do que em estádios, bibliotecas e feiras científicas.


Vale ressaltar também que, teatros, cinemas científicos e eventos culturais costumam ocorrer em grandes cidades e centros urbanos, e nem sempre são gratuitos. Isto,  aliado a inexistência de uma cultura na sociedade brasileira que estimule o interesse à assuntos culturais limita não só o acesso, mas o interesse da população. Outro ponto que afeta a democracia cultural é a dicotomia social, visto que, em uma mesma região, o valor da mensalidade de escolas particulares chega a ser equivalentes ao salário mensal que uma família tem para se manter.

Deste modo, visto que a dicotomia social é um problema, compete ao Governo Federal conceder "tickets família cultura" os quais possibilitem o acesso gratuito ou subsidiado em teatros, cinemas e feiras científicas, de acordo com o importo de renda de cada família. Às escolas devem coordenar projetos integrados, interagindo escolas públicas e particulares de modo a compartilhar desde a cultura literária até a local, Empresas de cosméticos devem pagar impostos que sejam revertidos em verbas para investimentos em cursos de artes cênicas, teatros e espaços culturais, promovendo a cultura itinerante para que o acesso não se limite apenas em centros urbanos mas para que chegue também no interior. A mídia deve ter carga horária de transmissão de programas de futebol equivalente à de programas culturais. Deste modo, em pleno século XX, é possível democratizar o acesso à cultura no Brasil.

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