domingo, 30 de agosto de 2015

O direito ao delírio

"Mesmo que não possamos adivinhar o tempo que virá, temos ao menos o direito de imaginar o que queremos que seja.
As Nações Unidas tem proclamado extensas listas de Direitos Humanos, mas a imensa maioria da humanidade não tem mais que os direitos de: ver, ouvir, calar.
Que tal começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar?
Que tal se delirarmos por um momentinho?
Ao fim do milênio vamos fixar os olhos mais para lá da infâmia para adivinhar outro mundo possível.
O ar vai estar limpo de todo veneno que não venha dos medos humanos e das paixões humanas.
As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel, nem serão programadas pelo computador, nem serão compradas pelo supermercado, nem serão assistidas pela televisão.
A televisão deixará de ser o membro mais importante da família.
As pessoas trabalharão para viver em lugar de viver para trabalhar.
Se incorporará aos Códigos Penais o delito de estupidez que cometem os que vivem por ter ou ganhar ao invés de viver por viver somente, como canta o pássaro sem saber que canta e como brinca a criança sem saber que brinca.
Em nenhum país serão presos os rapazes que se neguem a cumprir serviço militar, mas sim os que queiram cumprir.
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem chamarão qualidade de vida à quantidade de coisas.
Os cozinheiros não pensarão que as lagostas gostam de ser fervidas vivas.
Os historiadores não acreditarão que os países adoram ser invadidos.
O mundo já não estará em guerra contra os pobres, mas sim contra a pobreza.
E a indústria militar não terá outro remédio senão declarar-se quebrada.
A comida não será uma mercadoria nem a comunicação um negócio, porque a comida e a comunicação são direitos humanos.
Ninguém morrerá de fome, porque ninguém morrerá de indigestão.
As crianças de rua não serão tratadas como se fossem lixo, porque não haverá crianças de rua.
As crianças ricas não serão tratadas como se fossem dinheiro, porque não haverá crianças ricas.
A educação não será um privilégio de quem possa pagá-la e a polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas, condenadas a viver separadas, voltarão a juntar-se, voltarão a juntar-se bem de perto, costas com costas.
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio serão um exemplo de saúde mental, porque elas se negaram a esquecer nos tempos de amnésia obrigatória.
A perfeição seguirá sendo o privilégio tedioso dos deuses, mas neste mundo, neste mundo avacalhado e maldito, cada noite será vivida como se fosse a última e cada dia como se fosse o primeiro."  


                                                                                                 Eduardo Galeano

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A questão do índio no Brasil

Os índios compõem a identidade cultural brasileira, uma vez que foram os primeiros habitantes do território. Entretanto, desde o século XVI há conturbações com seu modelo de vida, visto que o contato com os europeus dizimou centenas devido a baixa imunidade que os nativos apresentavam. Mesmo assim, as populações indígenas que restaram ainda sofrem com a concentração do latifúndio, a falta da valorização da cultura e com questões raciais e sociais.

Em 1850 a Lei de Terras garantiu a posse das propriedades indígenas. Em contrapartida, tal lei engessou o latifúndio e ainda houve a expropriação e dizimação de muitas tribos por parte de fazendeiros para expandirem suas terras. Tal cenário de luta ainda se faz presente com rivalidade entre índios e latifundiários, mineradores e garimpeiros.

Com a expropriação de suas terras ou atingidos pelos avanços socioeconômicos ocorreu a integração e a miscigenação com a sociedade, a qual provocou a aculturação das tradições indígenas, uma vez que são impostos padrões de consumo e modelos de vida, assim como ocorreu antigamente com a catequização.Além disso, há o problema do racismo haja vista a falta de aceitação por parte da população por cotas de índios, por exemplo.


Ve-sê, portanto, a necessidade da ação intermediária de órgãos governamentais como a FUNAI e o IPHAN, garantindo a demarcação de terras indígenas com a criação de uma central de monitoramento por meio de imagens aeroespaciais, para não ter de haver o cercamento com sensação de confinamento. Às secretarias de cultura de cada município brasileiro - com presença indígena - caberia o desenvolvimento de atividades culturais em sociedade e sanitárias nas terras, proporcionando o bem estar social das tribos. Assim, com uma boa gestão publica é possível garantir parte da identidade cultural brasileira.

domingo, 16 de agosto de 2015

Justiça com as próprias mãos

O Código de Hamurabi considerado uma das primeiras leis escritas da humanidade expressava a ideia de "olho por olho, dente por dente", sendo válido na antiguidade. Entretanto, tal máxima não se aplica na atualidade, uma vez que exitem culturas diversificadas e sociedades com ideologias distintas. Praticar justiça com as próprias mãos estimula a violência além de ocasionar problemas sociais e psicológicos na população.

Casos de vítimas que reagiram à abordagens de bandidos são recorrentes. Mas tal modo de agir estimula a ação violenta do bandido pondo vidas em riscos, como ocorre com disparo de balas perdidas, agressões físicas e verbais. Isto pode acarretar deficiências motoras e distúrbios psicológicos, como paraplegia e síndrome do pânico.

A violência também é estimulada. Uma criança que cresce com a concepção de reagir a um assalto ou que observa a sociedade que está inserida se portar com violência perante crimes, colocando o bandido como vítima, por exemplo, entende como natural as manifestações violentas, perpetuando esse modelo de agir quando adulto. Forma-se um ciclo violento e com cidadão bárbaros.

Espera-se assim, uma sociedade mais pacífica, por meio da garantia da segurança da população por parte da Polícia Municipal, com rondas rotineiras pelos bairros. Compete também ao Governo Federal investir na educação pública desde a infância inserindo a ideia dos malefícios de reagir à assaltos e subsidiar programas de mesmo cunho para instituições privadas. Ao Governo Municipal, caberia o investimento na rede do SUS para assistências psico traumáticas, de acordo com as estatísticas de cada região. Assim, com uma boa gestão pública e uma sociedade coesa é possível deixar a lei do Talião apenas na História.

Durad(ouro)

Sai de casa pela manhã essa semana e me deparei com a seguinte cena:


                                         


O casal caminhava sob a chuva, ambos sem tanto vigor físico, mas havia ajuda mútua. O senhor segurava o guarda-chuva, enquanto a senhora conduzia os passos, verificando a falta de condição para passar em alguns lugares da calçada, por exemplo. Algo peculiar era a sincronia dos passos, caminhavam com a mesma passada. Havia carinhos nítidos nos gestos.

É bem verdade que agi como um paparazzi, mas não resisti em registrar o momento.
O cômico é que, observei isso justamente numa fase em que me questiono sobre o duradouro.

Segundo o dicionário, Duradouro é aquilo que tem capacidade de durar muito; ser durável.
Tem como sinônimo eterno, infindável, perenal.
Contando ainda com etimologia (durado + ouro).

O ouro pertence aos metais nobres, pois é difícil de sofrer oxidação e ainda é conhecido como símbolo de riqueza. Se um relacionamento não se desgasta com pouca coisa e mantém boas ligações, o adjetivo de duradouro cabe perfeitamente, sendo uma riqueza.

Entretanto, tal definição não me auxilia muito, uma vez que tenho minhas dúvidas sobre o eterno. Talvez seja falta de crença nele. Me comovi com a imagem justamente por não acreditar que ela possa se repetir com a nova geração.
Posso estar muito enganada, ou tendo concepções devido mágoas e inseguranças, mas penso que os dois velhilhos estão juntos até hoje, e cuidam um do outro com carinho por fazerem parte de uma geração distinta da atual.

Observo as relações atuais, e estas são regidas por padrões estéticos e monetários. Me questiono e me preocupo se nos relacionamentos há amizade antes do desejo, se há um algo genuíno e altruísta antes do que as pessoas definem como amor - porque acho que este último é utilizado de maneira inadequada.

Espero ser capaz de mudar minha concepção negativa sobre o assunto. Espero adquirir mais confiança. Espero por pessoas com qualidades estimáveis. 

Enquanto isso, admiro a valorização interior e gerações conservadoras.  


                                                                                    Namastê.

Porcentagem qualitativa do rap brasileiro

Essa semana recebi de um amigo o link de uma entrevista:
http://canalbrasil.globo.com/programas/espelho/videos/3258124.html

A entrevista é de Lázaro Ramos a Criolo, a qual só ouvi verdades.

O rapper valoriza a periferia, não só por ter feito parte dela, mas por ter na sua essência a humildade. E acredito que esse é o maior valor que um ser humano pode ter.

          "Periferias em geral sempre dão um bom exemplo"

E realmente dão exemplos. Exemplos de superação. Superação da vivência em um país que alimenta disparidades, que segrega, que possui o preconceito camuflado, e tem os poderes elitizados e concentrados. Periferia essa que mata dragões por dia e ainda assim conta com moradores de bom coração, receptividade e que mantêm os sorrisos.

Há o questionamento também da dicotomia social existente no Brasil. É de difícil observação sobrenomes tradicionais  - daqueles advindos de colonizadores, coronéis e capitães donatários, por exemplo - na periferia. Isso é fruto da hierarquização, da dificuldade de mobilidade social, do preconceito e da má distribuição, alimentados fortemente pelo capitalismo.

                      "Nacionalista, não quer dizer ser socialista
                       A minha posição é somente de humanista
                       [...]
                       Que vergonha pátria amada, até quando Brasil Colônia?"
                                                                                    Até quando Brasil Colônia? - Oriente

A corrupção é outro tema abordado. Saúde transformou-se num comércio, assim como a educação, haja vista a precariedade do sistema de saúde. Fiz uma cirurgia mês passado e o valor pago pela taxa do hospital foi maior que o pago pelo serviço do médico. Outro indicador são os resultados anuais do ENEM. Estatísticas apontam que menos de 10% das melhores notas provêm de escolas públicas, e quando vêm, são de regiões elitizadas e com processos seletivos que socialmente privilegiam candidatos com melhor condição monetária.


             "A mão que segura o chicote não é invisível"


Como nas letras e ideologias de rappers brasileiros, enxergo os problemas existentes no país e espero melhorias e ascensões sociais, assim como mais solidariedade, alteridade e humildade na sociedade.


"Ponha-se na condição de pedra, sem adornos, as pessoas vão lhe respeitar."


Um abraço a esse amigo de humildade  admirável, rico de espírito e com sagacidade ímpar.
Desejo que todos tenham um amigo como o meu, ou pelo menos um conhecido, capaz de discutir assuntos diversos e valorizar as coisas simples da vida.


 
                                                                                             Namaskar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O papel da mulher na sociedade contemporânea

A partir da década de 60 com o advento da minissaia, das pílulas anticoncepcionais assim como com o início da urbanização brasileira, ocasionando a demanda por mão de obra nas cidades, a mulher ganhou mais espaço na sociedade. Entretanto, tais avanços que permitiram mais participação social feminina deram origem a falta de tempo para as mulheres que conquistaram autonomia. Assim, há uma fragmentação na educação dos filhos e na manutenção dos padrões de beleza, atrapalhando a vida física e emocional. Estes fatos comprovam a desigualdade de gêneros existente em pleno século XXI.

Jornadas duplas e até triplas de trabalho são comuns para o perfil da mulher contemporânea. Muitas chegam a ter dois empregos e ainda têm de trabalhar em casa e cuidar dos filhos, isso quando não têm de lidar com a ausência da paternidade. Essa sobrecarga não deixa espaço para cuidados com a saúde e a estética, a qual é patrocinada fortemente pela mídia impondo padrões, uma vez que o Brasil destaca-se mundialmente pelo consumo de produtos de beleza. Forma-se então distúrbios pessoais às mulheres que não conseguem manter o arquétipo da "beleza da mulher brasileira".

Assim a desigualdade de gêneros fica confirmada. Está inserido na mentalidade da sociedade que as tarefas domésticas têm de ser realizadas pelas mulheres, sendo comum homens não auxiliarem manutenção dos cuidados com o lar e com a educação dos filhos. Gera-se assim uma alienação feminina,  haja vista que o número de pacientes com depressão e bipolaridade cresceu entre o gênero feminino.

Desta maneira, espera-se uma sociedade mais flexível e compreensível perante os problemas que a mulher contemporânea enfrenta. Seria viável que fosse inserido nas escolas, desde a infância, um ensino que integrasse a igualdade de gêneros, estimulando brincadeiras de meninos com bonecas assim como de meninas com ferramentas e carrinhos, por exemplo. Além disso, compete ao governo investir na mídia a ideia da beleza natural feminina, assim como ratificar leis como a "Maria da Penha" e a recente do "Feminicídio", com efetiva fiscalização não permitindo fatos impunes, garantindo segurança. Logo, com uma boa gestão pública e uma sociedade flexível, é possível ampliar a luta secular pela igualdade de gêneros.



          "Esforço, dedicação, trabalho e ternura são a síntese do feminino que hoje permeia a sociedade brasileira."
                            Anna Lydia

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A magia dos sorrisos

Recentemente fui questionada sobre sorrisos matinais. E as vezes me sinto com problema mental pela dificuldade de me manter séria. 
Isso me levou ao questionamento se  possuía algum problema. E tenho, vários, assim como todos têm. Caí na reflexão de que, apesar de tê-los, são ínfimos comparados com as mazelas da sociedade, e tornam-se menores ainda pelo fato de sorrir. 


                        

É bem verdade que um simples sorriso pode alterar toda uma trajetória.
Um dia nublado, com um "bom dia" simpático e sincero permite que a beleza do céu seja vista além das nuvens. assim como, um cumprimento sincero de um velhinho pode estimular a vontade de viver.

Não nego que seria hipocrisia querer bom humor e sorrisos todos os dias. Existem inúmeros problemas e aflições, os quais têm de ser resolvidos e que fazem parte da rotina e da vida.
Mas prezo pela coerência dos fatos. existem ciclos de amizades e eventos vários. Acredito que o mal humor de um evento ou de determinado grupo não deve ser levado para outro ambiente.
Caso o grupo de amigos do barzinho tenha feito uma crítica ou causado irritação, isto não deve transparecer ou afetar a vida social e a simpatia com o grupo do trabalho, por exemplo,



Vale lembrar também que ignorar é a maneira mais elegante de se defender da maldade. 


Millimize os problemas com sorrisos! 

                                                                                                    Namaskar, =D

Onde o sagrado se manifesta

Antes de qualquer coisa, não venho defender religiões. Tenho consciência dos erros e defeitos que existem dentro da minha, assim como os demais defeitos que são recorrentes em instituições do tipo. Além disso, Acredito que, se cada indivíduo seguisse os dez mandamentos ou uma doutrina de cunho social ou filantrópico, talvez não fosse necessário os sistemas carcerário e judiciário.

Vale debater que, a partir do momento que a ciência evolui, a religião perde espaço.
Isso é perceptível desde a idade média, por exemplo. Um navegador que acreditava que a Terra fosse quadrada, necessitava da crença em algo divino para encarar o mar e os "monstros" que existiam, haja vista que o ditado da época era "Se queres aprender a rezar, arisca-te no mar". Com a descoberta do novo mundo, do avanço da tecnologia, da substituição de instrumentos como a bússola e o astrolábio pelo GPS e com o mapeamento da superfície terrestre essa crença não foi mais necessária.
Um agricultor que estava submisso às intempéries climáticas e não tinha conhecimentos sobre as massas de ar, correntes marítimas e fenômenos climáticos e geológicos que ocorrem naturalmente e periodicamente, tinha sua condição de subsistência e de regadio suscetível, sendo necessária a crença em algo superior. Com os avanços tecnológicos e eventos como a Revolução Verde, outra necessidade da crença foi sucumbida. 

Mas apesar do avanço da ciência e das explicações empíricas que ela fornece, ainda é necessário acreditar numa divindade, ou em algo supremo que não apenas explique alguns fenômenos, mas que dê motivos e coerência à eles.

Não considero explicações científicas em alguns casos por possuir crença em algo sagrado. 

Apesar de entender a rotação e translação da Terra, necessito acreditar em algo superior que seja capaz de me conceber o dom de apreciar um novo dia todas as manhãs;

Apesar de compreender os sistemas de produção, a corrupção, a má distribuição, necessito crer em algo para agradecer pelo alimento que possuo todos os dias;

Apesar de ter conhecimento sobre fisiologia, genética e alimentação, preciso agradecer pela minha saúde e pela minha estrutura;

Apesar de entender os regimes climáticos e hídricos, que a seca é algo natural assim como acreditar em teorias recentes de meteorologistas contemporâneos que defendem o "resfriamento global", preciso agradecer pela água que me molha e sacia;

Apesar de enxergar as diversas relações humanas existentes nas heterogêneas sociedades, tenho de agradecer pelos ciclos de amizades e pelas pessoas que possuo contato e convivo;

Apesar de compreender a liberação da ocitocina e da serotonina desde criança ao ter contato com meus pais, desconsidero esse fato empírico para acreditar que existe algo superior que rege e orienta minha família e toda afetividade envolvida.


                                                     
                                                                                       Imagem da Sagrada Família

A foto acima representa a Sagrada Família, mas não retrata a adoração à imagem.


"Não se trata de uma veneração da pedra, de um culto da árvore como árvore. A pedra dagrada, a árvore sagrada não são adoradas como pedra ou como árvore, mas justamente porque são hierofanias, porque "revelam" algo que não é nem pedra, nem árvore, mas o sagrado, o ganz andere." 
                                                                                                                   Mircea Eliade
                                                                                                                             


O sagrado se opõe ao profano e se manifesta todos os dias, de várias maneiras. Tudo depende apenas de como o coração de cada um está preparado para receber essa manifestação.

Ter fé em algo superior  ou simplesmente saber agradecer faz-se essencial. Quando não há essa manifestação, não faz sentido prosseguir.

                                                              "Não precisa morrer pra ver Deus"
                                                                        Não existe amor em SP - Criolo


                                                          Credo. Pergratum habeo. Gratias tibi.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Crimes contra a humanidade e discriminação

Poema


Com a descoberta do Novo Mundo
a exploração do indígena ia afundo.
Por facas e espelhos foram trocados,
Assim, retaliados, índios foram disseminados.

Vários foram mortos pela Eugenia
Enquanto isso, a dor moral pungia.
Dominou, inferiorizou, dizimou raças.
E hoje nada disso é lembrado no dia de ação de graças.

Com ufanismo, o Nazismo
o etnocentrismo pregou.
As vítimas foram os Judeus,
Mas não somos todos filhos do mesmo Deus!?

Esse mesmo Deus único que
Não permitia outras crenças.
No horizonte do Atlântico, lembranças...
Exú, Oxalá, Ogun, Obá, Iemanjá, Iansã.

O racismo de origem
além do navio negreiro
Trazido no tumbeiro
Hoje mostra a força do guerreiro.

Tantos brasileiros, esses são os guerreiros, que
sobrevivem à discriminação, baculejo e camburão.
Pelos 'homi' classificados: "É tudo baderneiro".
Por serem irmãos, unem-se, pela força da comunhão.

                                                                            Milli, C. B.




                                                 "Navios negreiros não cruzam mais o oceano,
                                                  Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
                                                  Impondo ao mundo a cultura do capital
                                                  Materialismo, acúmulo e o pensamento individual."
                                                                                                  Escala Latina - Forfun


Crimes contra a humanidade e Discriminação

Dissertação


Crimes contra a humanidade são recorrentes na história. É possível recordar dos mais recentes, no século XX, como a Eugenia na África, o Nazismo na Alemanha e torturas por Estados Totalitários na América Latina. Atualmente, em pleno século XXI ainda é possível identificar crimes que infringem os direito humanos.  Muitas sociedades são vítimas de escravidão, de discriminações raciais, de gênero e até religiosa, as quais acarretam a intolerância e esta, motiva crimes contra vidas.

É bem verdade há locais em que ocorre a exploração da mão de obra, com empregados que trabalham exaustivas horas e recebem muito pouco. Fato este comum em locais que exportam commodities ou que necessitam de trabalho artesanal. as vítimas desses casos são pessoas com baixa renda, de origem dos próprios locais explorados ou imigrantes que foram enganados ou que não obtiveram sucesso no processo migratório. Seria viável, em casos como este, o monitoramento por meio da Fiscalização do Trabalho federal e a implementação de um disque denúncia específico em cada estado, além das embaixadas de cada federação atuarem de modo a amparar o imigrante.

Além disso, também se observa a intolerância, principalmente em sociedades conservadoras. Por falta de modernidade e aceitação do novo, gera-se o preconceito por casos homossexuais e por novos modelos de religião. Além disso, o racismo e a xenofobia são eventos recorrentes, principalmente em países em que possuem em sua história o sistema escravocrata e o patriotismo. Isto afeta a ordem e o bem estar social, gerando a violência e servindo de justificativa para crimes contra os direitos humanos.

Desta maneira, compete às escolas estimularem um sentimento altruísta por parte dos estudantes desde o ensino primário, criando situações que os coloquem no lugar do outro para que compreendam a necessidade do respeito, uma vez que perante a lei não há distinção étnica, racial e de gênero, abrindo a mente dos estudantes para que conceitos não sejam criados precipitadamente, por meio de grêmios estudantis e gincanas interativas. Cabe também ao Sistema Judiciário monitorar casos e  ratificar leis, não mantendo a  impunidade em casos de crimes discriminatórios. Medidas de coerção eficazes também têm de ser impostas, desde a piadinha na escola até o crime no ambiente de trabalho. garantindo a justiça em todas as faixas etárias. Assim, com uma boa educação e uma boa gestão pública e judicial, é possível minimizar crimes contra os direitos humanos em pleno século XXI.



                              "Precisamos de Direitos Humanos para humanos direitos"
                                                                                               Antônio Bezerra


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Energia e Sustentabilidade - Matrizes Energéticas

Os recentes reajustes nas contas de energias vêm ocasionando a preocupação e a indignação da população. Mas compreender a questão energética brasileira é não desconsiderar os fatores climáticos e ambientais, a quantidade dos recursos hídricos, assim como a demanda da população, fatores que ocasionam entraves na disponibilidade e na distribuição energética, que precisam ser sancionados.

É notório que o regime de chuvas no Brasil é ínfimo no inverno em relação ao verão, devido às características do clima tropical, fato que pressiona a administração do recurso hídrico para que não falte no período de estiagem. Aliado a isso está a diferença na distribuição de pessoas e de água. A maior quantidade de água do Brasil localiza-se no norte, em contrapartida, o maior contingente populacional encontra-se na região sul. Há também a necessidade da água para a agricultura, a qual move a economia em um país que destaca-se pelo potencial agroexportador, além de ser a principal matriz energética.

Visando a necessidade da disponibilidade de água além da agricultura e da demanda que indústrias e residências consomem, observa-se a necessidade hídrica para produção de energia. Com a falta de água e com os danos que represas provocam no meio em que são inseridas, torna-se viável o investimento em energias renováveis, tais como em fontes eólicas no litoral, nuclear em relevos acidentados e no biogás no interior.

Desta maneira, compete ao Governo Federal repassar subsídios para que os municípios com criação de rebanhos invistam em estufas e usinas, com a transformação da matéria orgânica em biogás e esse, em energia. É viável também a implantação de hélices ligadas a geradores, com o mesmo sistema de subsídios federais, em regiões litorâneas, como as inseridas no maranhão. Assim, é possível mesclar matrizes energéticas e usufruir dos recursos de cada região brasileira dentro de padrões sustentáveis.


                                    

Mal secreto


                                                      Raimundo Correia