quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O Pequeno Príncipe

Na última sexta-feria assisti ao filme em cartaz do Pequeno Príncipe. A obra retrata apenas a essência do livro, diferente do filme de 1974. De imediato, confesso que me decepcionei com o filme. Fiquei na espera do pequeno príncipe, mas fui surpreendida com um enredo um pouco distinto do que li.

Levando em conta que cinema depende do expectador, os filmes interagem de maneiras distintas com cada expectador. Filmes são interações diversas, com pessoas diferentes e seus modos particulares de interagirem com o exposto . E a obra de Saint-Exupér traduzida para o cinema faz-se dessa maneira.

É bem verdade que é uma obra infantil voltada para o público adulto. Uma criança, ao ler na infância talvez não tenha a percepção nem a maturidade de interpretar. 

O pequeno príncipe vai mundo além de um principezinho que vive num planeta um pouco maior que ele com três vulcões e alguns pés de baobás que decide ir embora após decepcionar-se com o orgulho de uma rosa. O Pequeno Príncipe representa a infância, a criança que existe dentro de cada um, com a pureza e a sensibilidade de valorizar momentos e sentimentos simples. Além disso, é permeado de teor filosófico e poético permitindo muitas reflexões. É carregada de metáforas, basta interpretar com o coração.


"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."


A Rosa

O motivo do principezinho sair do seu planeta é o orgulho da rosa. A rosa era linda, mas o capricho da mesma fez com o principezinho a deixasse, mesmo ambos amando-se.


"É claro que eu te amo. - disse-lhe a flor. Foi minha culpa não perceberes isso."


Por vezes, perdemos algo que amamos por descuidos ou falta de manutenção à relações.

"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante"



Quantas pessoas você já conheceu com comportamentos semelhantes ao da rosa? Pessoas que apresentam belas formas mas o conteúdo é rarefeito, sendo uma companhia fragmentada.



O Rei

Vive no seu mundo e pensa que todos são seus súditos e estão submetidos a suas ordens.

"É preciso exigir de asa um o que cada um pode dar"

Porque é comum a exigência de atitudes do próximo. A cobrança e a expectativa sem se colocar no lugar do outro.



O Homem de Negócios

No seu planeta o tempo todo a trabalhar e a contar estrelas sempre tem a ambição de ter mais. Não tem tempo nem para dialogar com o princepezinho.

Talvez haja alguém por aí nesse mundo capitalista semelhante a esse personagem, mas não tenho muita certeza...


A Raposa
A observo como símbolo da amizade. Ela ensina o pequeno príncipe muitos valores. um deles é o da responsabilidade de cativar, a singularidade que cada um possui e a essência de compartilhar e compreender sua rosa.


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."


"O amor verdadeiro começa lá onde não se espera nada em troca."


"Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo."


A obra continua permeada de metáforas. É assim com a citação dos desenhos de carneiros. Com o desenho da jibóia que ensina ver além das aparências. Com o escapismo, a tentativa frustrada do bêbado de esconder sua vergonha de ser bêbado. Com a ignorância das mudanças do mundo do acendedor de lampiões . Com a falta de autoafirmação do vaidoso. Com a burocracia do geógrafo em ter conhecimento mas não colocá-los em prática. E assim permanece rico em metáforas possibilitando reflexões plausíveis, sendo atual e adaptável à todas as idades.






                                 



"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar."



Um Namastê por todas as pessoas que não deixaram o principezinho interior esquecido junto com a essência da infância.

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