sexta-feira, 3 de julho de 2015

Canção do Exílio

Minha terra tem porteiras,
Onde pousa o sabiá;
Os pombos, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como os sabiás de lá.

Nosso céu tem menos poluição,
Nossas várzeas têm manjericão,
Nossos bosques têm mais cores,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinha, à noite,
Melhor sono eu encontro lá;
Minha terra tem porteiras,
Onde pousa o sabiá.

Minha terra tem clamores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar, sozinha, à noite,
Melhor sono eu encontro lá;
Minha terra tem porteiras,
Onde pousa o sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os clamores,
Que não encontro por cá;
Sem qui'nda aviste as porteiras
Onde pousa o sabiá.

                                             Milli, B. C.

                               

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