quinta-feira, 2 de julho de 2015

Vênus, Júpiter e as Vicissitudes


No último mês, os planetas Vênus e Júpiter se aproximaram - o fenômeno trata-se da conjunção: quando dois corpos celestes distantes, vistos da terra aparentam estar próximos -, de modo que nesta terça-feira (01), logo após o pôr do sol em direção ao poente, estes planetas alinharam-se aparentando ser apenas uma estrela. Ainda é possível observá-los próximos, episódio que ocorrerá novamente só em agosto do ano que vem.

Fenômenos como esses mostram como a via láctea, com suas estrelas, planetas e órbitas, é um ambiente interessante, constante e surpreendedor.

Imagem do observatório da UFES,  01 Quarta-feira, 2015

É possível relacionar a astronomia com diversos campos das ciências humanas, exatas, e biomédicas. É bem verdade que para localização geográfica no período das grandes navegações o céu era utilizado aliado a equipamentos, como o astrolábio, balestrilha e quadrante. Vale lembrar também que as constelações relacionam-se com questões comportamentais, como no tratamento de doenças por meio da crença em constelações ou na fé no cosmo.

A astronomia relaciona-se ainda com as relações pessoais. Assim como Vênus e Júpiter se aproximaram,  e tendem a repetir esse episódio daqui a mais de um ano. Durante essa semana eles estão próximos, todavia, passaram cerca de 13 meses fora do nosso campo de visão vistos de um mesmo ponto. As relações pessoais também se fazem desta maneira. É fácil observar como pessoas várias passam por nossas vidas, deixam marcas, seguem suas órbitas e, quiçá, esbarram por nós novamente em meios às inconstâncias da vida,

Planetas assumem órbitas, assim como as pessoas criam vínculos. Júpiter possui várias luas, assim como pessoas criam vários vínculos.

E acredito que diante da possibilidade de uma das luas aliadas aos planetas alterar sua trajetória e percorrer por outras galáxias, instabilidade, insegurança e vicissitude são alimentadas.
Instabilidade que retira máscaras, insegurança que faz cair fichas, vicissitude que age como um tapa de luvas representando o quão determinado planeta gera influências. Influências tão consideráveis, capazes de alterar o movimento das marés, a órbita de satélites e até influenciar nas luas existentes nos movimentos elípticos.

Talvez Júpiter tema perder a órbita de algumas de suas luas, assim como eu tenho medo de perder as minhas. Não é nada possessivo, mas o medo surge diante da possibilidade de órbitas irem muito além da nossa galáxia.


Parabenizo quem é capaz de adquirir novas órbitas de modo a evoluir assim como quem vive sem tanta volubilidade é capaz de mantê-las.



                                                                                                           Shimbalaiê.


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