quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Desejos para 2016!

Início de ano é sempre a mesma coisa. Academias lotadas, metas estabelecidas, procura de amores, sucesso profissional, novas criações. Diversos votos criados.
Concomitante a isso, há umas duas semanas tive de pegar um número telefônico na agenda da minha amiga. Vivo com esta amiga, por sinal, compartilhando a rotina desde 2004. Isso mesmo. São 12 anos convivendo com a rotina, a família, sorrisos e aflições.
Nesse 2016, entretanto, isso vai modificar-se.
De qualquer maneira, diante de tantos votos clichês de ano novo, deparei-me com os votos para o 2015 dela.
Leia e responda-me:  tem algo mais meigo e mais original que as palavras dessa  minha amiga?

Nesse 2016, meus votos são os votos dela para 2015. Sem pressão. Sem obrigação. Sem metas mirabolantes. Votos suaves e gentis.



                               
                                                                                                           H.R. de Souza

À todas as garotos meigas, fofas, apaixonadas e com o pé lindo (ok, nenhum é mais que o dela), um feliz 2016!!!

                                                                                                 Namaskar.

A cafonice do natal

No clima de fim de ano e de natal paro pra pensar o quão cafona é o natal no Brasil.
Não só no Brasil, mas em tantos outros países tropicais, capitalistas, em desenvolvimento...
Creio que o natal é cafona em muitos lugares por aí.

A mídia mostra várias pessoas se presenteando (de maneira capitalista).
 Por favor! Nem todo mundo tem dinheiro pra trocar presente, nem tão pouco para comer o necessário para uma alimentação diária!

A mídia mostra também crianças felizes recebendo presentes.
Mentira!!! As crianças no mínimo fazem pirraça por terem se desapontado com o presente do bom velhinho ou se entretêm com o brinquedo por alguns minutos e passam o resto do dia brigando com os primos da famílias.

Além disso, nós, brasileiros adotamos padrões norte americanos incompatíveis com a Amárica do Sul.

1. Montamos árvores de natal com pinheiros e coníferas, que lutam para sobreviver no clima tropical. Ninguém enfeita castanheiras ou coqueiros

2. Deve ser terrível para o papai noel usar aquela roupa vermelha, pesada, sufocante quentinha - no verão de 40º-, fora as botinas.

3. As comidas são pesadas. Chocolates sempre derretidos, panetone que ninguém sabe o significado natalino, castanhas, produtos importadas, (a Tâmara e o damasco vêm do Síria; o Romã da Califórnia; o caqui da Espanha; o bacalhau da noruega; as uvas do Chile) e uma infinidade de outros produtos que não contribuem diretamente para a economia interna brasileira.

O natal no Brasil não teve nem tempo de ser aculturado, pois ele nunca existiu de maneira puramente brasileira.

Sonho com natais com
- Frutas nacionais (ceia com banana sim!);
- Alimentos leves (Dezembro todo mundo está de dieta à espera do verão);
- Papai noel de roupa de banho (estilo bombeiro ou salva vida, por favor.) e havaianas;


A todos os nacionalistas

                                                         Namastê.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Anjo

Hoje pensei em ir à missa das 19. Em contrapartida, decidi ir andar de bicicleta, não só por sentir saudade da prática mas por não me sentir confortável na missa desse horário aos domingos (pela futilidade e esteriótipo que é alimentado pelas pessoas que a frequenta).
De qualquer maneira, ao passar em frente ao capitel de Santo Antônio e sob uma antiga igreja - construída por volta de 1885, na época da colonização - como de costume me benzi, como meu pai sempre faz ao passar em frente e ao sair e ao estacionar quando chega na garagem de casa. Complementando essa tradição, fiz minhas orações, incluindo o santo anjo. Lembrei que esta tinha sido a primeira oração que aprendi quando criança, e lembrei de minha mãe me ensinando antes de dormir. Foi muito aleatório ter pensado nisso, mas é justamente dessas reflexões avulsas que mais gosto que o esporte proporciona.
Fiz o mesmo trajeto realizado há cerca de 5 anos. O que me da prazer é pedalar nesse lugar, afastado do centro onde setores primários e secundários da cidade crescem -E compõe um dos meus locais favoritos, com um pôr do sol único. No final da tarde, observei sobre duas rodas o sol se por até a noite cair. O sentimento de bucolismo e de liberdade era gratificante.
Na volta,  já era noite e um senhor, com um dente aparente, uma quase guimba de cigarro na mão e também de bicicleta aproximou-se do meu lado. Pensando que queria me ultrapassar, dei espaço para que assim fizesse. Em contrapartida, ao perceber que se mantinha constante ao meu lado aumentei a velocidade e ele começou a dizer:
"- Entra aí e fica quieta para o seu bem" apontando para um lugar deserto só com vegetação.
Sua intenção não era me ultrapassar, mas me cercar.
Não entendi o que ele tinha dito, imaginei que precisasse de ajuda ou algo semelhante. Ao compreender a situação, associar a presença de um único dente, identificar o cigarro e perceber a má pinta do senhor, comecei a pedalar como se estivesse disputando a maior maratona da minha vida. Agradeço por estar na marcha pesada e me permitir ter maior desenvoltura. Senti minha garganta secar, meus músculos contraírem e meu coração pulsar acelerado ao olhar para trás e perceber o sujeito aproximando-se do meu lado novamente.
Avistei uma família e um moço que chegavam para caminhar. Freei bruscamente e cumprimentei as pessoas. Elas não me deram muita atenção mas comecei a puxar conversa com a senhora. O mau sujeito prosseguiu. expliquei o ocorrido. O moço conhecia o sujeito - que mexe com droga e estava sob efeito de alguma substância. Esse moço acompanhou-me até um trajeto mais movimentado, o qual me permitiu que voltasse sozinha.

Não digo que tenha sido apenas machismo o cinismo do sujeito em se aproveitar do meu sexo 'frágil'. Os homens que conheço não agem dessa forma. Não foi só machismo, foi Falta de caráter.


Esta Santa Teresa do Timbuí também precisa de atenção por parte de seus habitantes.


Se Deus existe? sim. em todos os locais - permitindo que eu aprecie o por do sol e me fornecendo saúde e força o bastante para pedalar com uma boa desenvoltura- e não só na igreja.
Se anjo da gurda existe? sim, e o meu hoje acompanhou-se por um trajeto e chama-se Fernando.

Obrigada aos anjos da guarda como os Fernandos espalhados por aí.

                                                                      .
                                                                                         Amém.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Porque estou de TPM.



Quem nunca que atire o primeiro pedaço .



                    Namaskar.

"O essencial é invisível aos olhos."

Hoje encontrei um senhor tradicional na minha cidade. Tradicional porque sempre morou aqui e é filho de protagonistas na colonização.
De qualquer maneira, esse senhor possui seus 86 anos e uma carga de histórias fenomenais, e quando não bebe todos os dias, bebe o dia todo - característica dos colonos daqui. Conversamos por um curto período, mas foi o suficiente para me contar sobre seu neto (lindo!), minha família e até suas fotos no alistamento na época da Segunda Guerra Mundial.
Relatou que era um garoto um tanto quanto atraente nas fotos (como seu neto é hoje); agora não mais por estar velho, e me aconselhou que o que importa é o interior das pessoas; Não basta ser jovem, com uma aparência convidativa e não portar simpatia.
Antoine de Saint-Exupéry já disse algo parecido como "O essencial é invisível aos olhos."

Agora eu me pergunto:
 Vale a pena gastar tanta energia com algum relacionamento sem a certeza de que existe sentimento genuíno?
 Vale a pena conquistar alguém que não será capaz de estar a seu lado, com cabelos brancos, olhos desgastados, rugas e só lembranças da beleza da jovialidade?;  Que esta a seu lado mesmo com você saindo de casa e na volta caindo de bicicleta com a sacola de compras? (sim, isso aconteceu com esse senhorzinho e meu pai o levou para casa).
 Vale a pena construir uma história com alguém sem a certeza de sentir os segredos, medos, anseios e sonhos protegidos num colo quentinho que alivie ou console as lágrimas?
 Vale a pena ter alguém que valorize só os momentos de fachadas - em restaurantes ou passeios de finais de semana com direito a maquiagem e roupas legais - e repudiem vômito ou o simples ato de comer laranja de maneira primitiva, por exemplo?!


Para um futuro confortável cabe a reflexão.


O meu carinho mais sincero a todos os vovôs e vovós, porque
"o que importa é o interior das pessoas!"
                                               S. Pellacani

                                                                       Namaskar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A tragédia amarga no rio doce

O derramamento de petróleo na Lagoa dos patos no Rio Grande do Sul é o maior acidente ecológico do Brasil. Ops, era. Essa estatística foi alterada pelo que ocorreu em Marina- MG com o rompimento da represa de rejeitos de minério, atingindo uma das mais importantes bacias do Brasil.

A repercussão não foi exclusivamente pelo tamanho do ocorrido, mas pelo descaso do Governo e das empresas. Primeiramente, não foi algo natural. A licença estava vencida de modo que a represa não poderia continuar a receber os rejeitos. Aí é fácil dizer que a culpa é das acionistas Vale e BHP Hillington. Mas dizer isso é hipocrisia diante do fato de que a responsabilidade do monitoramento é competência órgão federais. A negligência é tanto da empresa, quanto do NOSSO governo.

Além disso, não ouve pronunciamento do Comitê de Bacias (já falei aqui sobre ele). Isto prova o descaso com as populações atingidas. O fato de a lama de rejeitos chegar ao litoral e percorrendo todo trajeto do continente também é inadmissível. Neste percurso, vários elementos (alguns ainda nem identificados) foram inseridos nas cadeias tróficas prejudicando ecossistemas.Elementos como Mercúrio, Chumbo, Cádmio, e diversos outros metais pesados inviabilizam a biodiversidade. Qual a idade da meia vida desses elementos? quanto tempo eles levarão pra sair da cadeia trófica?
estima-se 300 anos para o rio recuperar-se totalmente, mas e o que se deposita na talvegue?

Vale lembrar tambem que o depósito de dejetos ocasionou a morte da vida existente. Com isto, ocorre a liberação de CO2, consumo do oxigênio e a consequente eutrofização do rio.
Cerca de 3 milhões de pessoas vivem na bacia. Inclui-se nessa estatística agricultores que vivem da subsistência; fazendeiros e pecuaristas; famílias que integram a agricultura familiar (que abastece o mercado interno). Não vale dizer "tô nem aí pro que aconteceu porque a água que abastece minha cidade não faz parte da bacia do Rio Doce" e reclamar do preço de produtos como café,  carne de frigoríficos capixabas, mamão e tantos outros produtos produzidos na bacia. E as férias de verão? como você vai curtir na praia de regência? Pior, como as pessoas que tiravam suas rendas anuais majoritariamente do turismo no verão? Os problemas são muito maiores do que aparentam. Daqui a algum tempo, muitos que não vivem na bacia não irão mais se recordar, assim como creio que ocorre com a maioria da população brasileira que acompanhou rapidamente nos noticiários ou que tem mais conhecimento de fatos como o atentado em paris. Tomo meus banhos e lavo o cabelo com água abundante, mas fico sentida por saber que ainda existem pessoas com cota limite de água diária para consumo e para as atividades básicas.



Este ocorrido não afetou apenas economia, meio ambiente e bem estar social. Também passou por cima do Código Brasileiro Ambiental (reconhecido e elogiado mundialmente pelas medidas de preservação) além de alertar da defasagem do Código de Mineração assim como ratificou que a preocupação ambiental é colocada em segundo plano quando condições monetárias e capitalistas são colocadas em jogo. Vale salientar que o jogo político é relevante, prova disso são os altos investimentos em diversos partidos que a mineradora investe em campanhas políticas assim como a aquisição de ações por parte de políticos nos últimos anos. Essa troca de favores e autonomia contribuem para a amenizar a punição da empresa.

Em contrapartida, Condeno pontos de vistas extremistas que alegam que "tem que fechar a vale" ou coisas do tipo que satirizam a mineradora. Tudo bem, não a trato como vítima, mas isto tem de ser avaliado antes de tudo, como um jogo político. O trágico ocorrido nada mais é fruto da CORRUPÇÃO,  e isso já é um outro assunto. A extração do ferro é fundamental para a economia e para o desenvolvimento de diversos setores. A exportação é essencial para o abastecimento do mundo e para o equilíbrio da balança comercial do Brasil assim como do PIB. Além disso, a da queda o preço mundial do ferro teve como consequência o aumento da produção.

Deve-se criar uma cultura na sociedade com cidadãos envolvidos com questões dessa ordem, informados com a política, visto que o embrião do problema foi a corrupção; antenados e preocupados com a agricultura familiar e com seus direitos; Engajados com causas ambientais e socioeconômicas assim como com sentimento de alteridade.

Isto foi apenas ma tragédia  - anunciada - e teremos outras, não apenas no ramo da mineração . Junto com a lama de rejeitos foi a legislação ambiental e o respeito frente as vítimas.
Espero por mais responsabilidade ambiental e justiça sem troca de favores políticos.


                 Namastê.

sábado, 28 de novembro de 2015

A janela é grude

Fim de ano sempre vem com aquelas rotinas clichês. Comprar presentes para familiares, organizar-se para as festas e a excepcional faxina de fim de ano - aquela que faz limpar as estantes e juntar coisas antigas para doação.
 Numa dessas faxinas de fim de ano junto com minha mãe achei um caderno com anotações do meu primeiro ano na escola de ensino fundamental. Nele, constava a frase: “A janela é grude.” Ao lermos aquilo, rimos de maneira descontrolada. Talvez fosse a incoerência da frase ou a inconstância da minha letra; quiçá ambas.
Quando os risos cessaram, conclui que queria ter escrito: “A janela é grande”. Mas para alguém com 6 anos que está aprendendo a escrever imagino que este erro seja irrelevante.
Recordo-me com carinho da sala em que estudei onde criava estas frases, ela realmente possuía duas janelas bem grandes. A tia Ângela ensinava-nos a formar palavras e parabenizava quem escrevesse o maior número de frases em um caderno específico – mesmo que a frase contivesse erros, como o que aqui citei. Com uma pedagogia muito tradicional, fornecia jornais para que fossem pintadas só as vogais ou só as consoantes para quem ousasse atrapalhar a aula. Eu, felizmente, cheirei a parede apenas uma vez e nunca tive de pintar letrar em jornais. Apesar disso, ficava muito feliz nas segundas feiras, quando era meu dia de apagar o quadro; e nas terças, quando era dia de levar verdura e meu pai me levava.
 Pelas grandes janelas, via meu tio – que dirigia o ônibus 057 e sempre me dava um xauzinho durante o fim da última aula quando chegava para transportar os alunos.
Independe do tamanho – ou do grude – das janelas da sua sala do primário, vale a pena recordar essa etapa do aprendizado e as janelas que esta abriu em sua vida.

Namaskar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A contradição no congresso da desordem e do regresso


Os vários tramites que ocorrem no STF são muito questionáveis. Um dos mais recentes, a definição de família reconhecida pelo Estatuto da Família como sendo a união entre homem e mulher, é um conceito engessado e retrógrado.
O que dizer para o garoto que perdeu os pais em acidentes naturais? O que dizer para os alunos nos dias dos pais e das mães quando estes não o possuem? Como receber avós e tios nas escolas em reuniões? Como tratar os homossexuais? Como classifica-los? Tal definição marginaliza o povo brasileiro já marcado por disparidades sociais e suas consequentes tragédias.
Além disso, é fundamental eliminar a influência da bancada evangélica no congresso, uma vez que constituem mais de 85% dos deputados federais. Tudo bem que essa influência religiosa é até justificável na cultura, mas é contraditória na politica, uma vez que o Brasil é laico.
Desta maneira, tem de haver uma definição mais flexível e contundente, pois, não há credibilidade numa constituição que condena o aborto advindo do estupro e diz que a mãe solteira e seu filho não constituem uma família.



Milli, B. C. amiga de homossexuais e de órfãos.


Namaskar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Porque é fácil gostar!

Gostar na estabilidade é fácil.
Gostar na abundância é fácil.
Gostar na pacificidade, é fácil.
Gostar da beleza, é muito fácil;

Gostar nos dias de sol é fácil.
Gostar na planície é fácil.
Gostar na saúde, é fácil.
Gostar na época de vacas gordas, é muito fácil.

Gostar nos dias de frio é fácil.
Gostar na alegria e plenitude, é fácil.
Gostar quando se tem uma única opção, é muito fácil.

Mas quando se gosta...

Na escassez;
No conflito;
Na instabilidade;
Do que não satisfaz os padrões estéticos;

Na chuva e enchentes;
Nas amplitudes;
Na doença;
Nas dificuldades financeiras;

Nos dias de verão de 40ºC;
Na tristeza e nas crises sentimentais;
Diante de várias opções, a escolha é abrir mão por apenas uma,


Talvez não seja apenas gostar. Talvez seja algo maior.

                                                 


                                             Namastê.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Qual seu número?

Hoje enquanto almoçava com meu pai, ele concentrou-se no estacionamento que estava a frente das paredes de vídeo do restaurante. Observou que haviam 4 carros um ao lado do outro com os seguintes números de placas:  2717;
7777; 7748; 1777. Como se não bastasse, os carros iniciais das fileiras do estacionamento contavam com as placas: 0917; 0077. No universo da probalidade de placas de números isso é um feito incrível. 

Ao longo do percurso, observamos ainda      placas com 9770; 7007; 7779; 0774; 3770; 0770; 7454; 9077 em menos de 20 km de BR. 
O que isso significa? Nada. 
Mas foi agradável as observações, as conversas e a emoção de observar 7's consecutivos nas placas. 

Essa obsessão de números vinda do meu pai é bem marcante. Ele acredita que o número dele seja o 256, o mesmo da matricula do ensino médio, da placa do carro, de documentos e de tantos outros aspectos numéricos do cotidiano. 

De qualquer forma, espero por mais pessoas felizes ao encontrar seus números ou que encontrem a felicidade em critérios empíricos, 

          Namastê.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O racismo camuflado no Brasil

É bem verdade que a lei áurea aboliu a escravidão em 1888. É bem verdade que a constituição prega igualdade entre cores. É bem verdade que brancos e negros têm direitos igualitários. Ou não.


Vivemos em uma sociedade a qual o racismo está em todas as esferas. Não adianta debater com discursos de alteridade ou de benevolência, ele existe sim, e muito mal camuflado.
Prova disso é a maneira que os policiais abordam negros e brancos. Brasília é um claro exemplo, assim como tantos outras regiões brasileiras, que nem precisam ser periferia.
Observo que esse preconceito camuflado se intensifica ainda mais em regiões brasileiras onde ocorreu imigração européia. E permite generalizações; regiões interioranas do Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul... Locais com maior número de habitante talvez isso ocorra de maneira  menos intensificada quiçá pela maior circulação de informação possibilitando a maior abertura da mente das pessoas à modernidade.

Mas como condenar os pensamentos dos mais antigos advindos da imgração? como alterar uma maneira hereditária e hierarquizada de educação?
Pois pense se é possível de maneira eficiente alterar o modo que alguém que foi educado por pais viveram numa Europa com o holocausto eminente, com a teoria da evolução de darwin, com o Darwinismo social pregado por Herbert Spencer (associando que negros eram mais próximos evolutivamente dos macacos), observando negros escravizados e comercializados como objetos, tratados com asco e segregando-os. Esses antigos construíram famílias, e essas famílias atribuíram valores e conceitos morais visando o negro de maneira negativa.
e não precisa ir tão longe ou imaginar uma história dos livros para observar isso não.

Meu avô, fruto da imigração italiana criado com as tradições conservadoras,  caso estivesse vivo, estaria com seus oitenta anos. Recordo-me de que, quando pequena, por volta dos 6 anos, minhas primas mais velhas (loiras e dos olhos claros) namoravam com negros. Ele satirizou dizendo que "só faltava eu arrumar um namorado negro". Na época, eu nem senti o impacto do que ele disse nem o desgosto dele. Mas como dizer pra alguém educado à década de 30 de que não era correto pensar daquela maneira? Vovô, pelo que ouço dizer sempre teve a personalidade muito forte, e esse questionamento seria um afronto e sinal de subversão ao respeito que todos deveriam ter com ele. Talvez se eu não tivesse a educação que tive e contato com sentimentos de alteridade permanecesse com o pensamento racista e hierarquizado do vovô, e de tantos vovôs que estão vivos.

Mas a questão racial vai muito além de pontos familiares ou carcerários.  Observe a quantidade ínfima de alunos negros que existem em renomadas escolas particulares. São esses alunos que tem uma maior probabilidade de ingressarem à universidade.
Em contrapartida, o número de alunos negros em escolas públicas (que não possuem infra-estrutura, muitas vezes, para tecnologia, biblioteca, laboratórios, professores motivados e qualificados assim como conta com muita burocracia para recibo de verbas) é alto, sobretudo em regiões com histórico de escravidão. Estes entraves limitam o desenvolvimento da vida escolar, fazendo com que a disputa por uma vaga em ampla concorrência em uma universidade pública seja desleal, impedindo o ingresso dos menos privilegiados.
Considerando o acesso à educação um nivelador social, o ciclo de segregação permanece.

E geram-se questionamentos sobre o regime de cotas. Não é uma questão de preconceito, mas de contingente populacional. Não é dizer que os negros não são capazes, mas é uma maneira de ampliar a possibilidade de missigenação nas universidades segregacionistas.
Os negros marginalizados pós abolição da escravatura também construíram  famílias como os imigrantes, mas historicamente com menos privilégios. Escravos não tinham condições de comprar terras do mesmo modo que os imigrantes, e quando tinham, eram vistos como subversivos.
Aí vêm os sensacionalistas tentar debataer que "eu conheço um negro que...". ok. Também conheço negros excepcionais! Os melhores professores que tive em algumas áreas eram negros. Mas não eram a maioria nem tampouco chegavam a uma porcentagem considerável.

Assim, por questões hierarquizadas e sociais o preconceito permanece. E precisa ser avaliado com mais afabilidade e alteridade pela sociedade. Desejo que todos os questionamentos acerca da segregação e disparidade social sejam feitos embasados em livros de história do Brasil. 

      Namaskar.


domingo, 25 de outubro de 2015

Cantadas nerds

Na semana posterior ao ENEM, nada mais inteligente, criativo e instigante (mentira) que cantadas nerds.


1. Gata, me chama de reação exotérmica que eu libero seu calor;

2. Não sou uma função linear mas sou afim de você;

3. Não somos ângulos consecutivos, mas temos um lado em comum;

4. Você não é ddp, mas quando te Vi, eu R.I; (V=R.I)

5. Você é tão linda, que quando te vejo, rio potássios (K, K, K, K);

6. Se você tivesse um código, seria C12H24O12, porque você é um docinho;

7. Você atacou Recife em 1710? porque Oooh Linda;

8. Na teoria dos conjuntos, você é o elemento que E (pertence) ao meu sistema circulatório, que inclui o coração, gata;

9. Se fossemos ângulos, nossa soma daria 90º, porque somos completares;

10. Me chama de lei do octeto, que de acordo com os níveis eu libero sua energia;

11. Gosto tanto de você, que meu músculo involuntário por ti não bate, sofre ação da energia cinética e capota;

12. A mina era tão difícil que eu pensei que fosse um gás nobre, porque era difícil fazer ligações;

13. você não é metal, mas tende a me deixar com um caráter mais eletroposito;

14. Gata, você não é atnosfera mas tira meus pés do chão;

15. Gata, não fui as cruzadas, mas me ajude a retomar as suas rotas que me levam às suas especiarias;

16. Não sou carbono, nem você é um canavial, mas me seqüestra;

17. Vamos brincar de fotossíntese a partir logo para fase escura;

18. Lavoisier disse que nada se cria, nada se perde; tudo se transforma. Minha atração por você não se perdeu, transformou-se em um sentimento maior;

19. Na minha vida você é igual o açúcar na história da economia do Brasil: marcante desde o início;

20. Me chama de chama de cor azul, que te mostro meu pequeno comprimento de onda mas todo meu calor.




A Persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

A partir da segunda metade do século XX, com o advento da pílula anticoncepcional, da minissaia assim como do movimento feminista as mulheres ampliaram a igualdade de gênero adquirindo direitos morais e éticos. Apesar de todos os avanços, em pleno século XXI o sexo feminino ainda luta contra a persistência da violência. Esta persistência ocasiona problemas de cunho social, moral e até econômico, os quais precisam ser combatidos.

É notório que avanços foram conquistados, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, mas não há total eficácia devido a dificuldade de monitoramento e o desrespeito. Isto ocorre devido padrões seculares, uma vez que o papel feminino esteve restrito ao lar, de maneira submissa ao homem e sem efetiva atuação na economia e na política, prova disso é a diferença salarial e o contingente de cargos públicos femininos menor que masculinos. Estes pensamentos engessados contribuem para a persistência da violência contra a mulher.

A economia, além disso, também é afetada. O elevado e crescente número de assassinatos demonstra o cenário da violência, isto é um fator que não atrai investimentos estrangeiros, como empresas do ramo de cosméticos, por exemplo. Vale ressaltar também o papel que a mulher exerce na família, de afeto e estabilidade. A violência dentro da família diante de crianças - que reproduzem modelos - faz com que esse cenário se perpetue na sociedade.

Vê-se, portanto, a necessidade da atuação conjunta de governos e sociedade. Ao Governo Federal compete a ampliação do monitoramento das Lei Maria da Penha e do Feminicídio, aderindo em todos os estados medidas como a adotada no Espírito Santo, do "Botão do Pânico", a qual a mulher o aciona quando o agressor estiver próximo. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)  deve acompanhar as crianças nas escolas amparando os problemas de crianças que presenciam a violência e educando sobre o papel da mulher na sociedade. Os Governos Estaduais devem conceder incentivos fiscais às empresas além de ampliar a segurança com a instalação de UPP's (Unidades de Polícia Pacificadora) com potencial econômico mas elevado índice de violência contra mulher. Desta maneira, com uma boa gestão pública, é possível minimizar a violência e valorizar as lutas femininas. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Quais são suas janelas?

Acredito que qualquer pessoa, pelo menos algum dia, já pensou em pular da janela. Pode parecer pejorativo ou cômico, mas falo sério. Talvez por curiosidade da sensação, talvez por necessidade ou ainda como uma maneira de sancionar problemas.

É bem verdade que para uns, mais que para outros, a curiosidade do que há além da vida terrena é enorme. Isto incita    pulos.  A necessidade diante do perigo, também.

Os piores motivos, em contrapartida, são os que vêm de dentro, da própria mente, influenciados pelo meio externo. Contribui para isso a insegurança; a pressão; a falta de confiança. A necessidade de alguém que não está disponível; a espera de uma única mensagem em meio a dezenas; o peso na consciência; o medo; os soluços e lágrimas contidos; a angústia. Quando tudo isso ganha volume e soma-se, ocorre o que todo ser já pensou algum dia. Aí você se depara no parapeito da janela observando a altura e imagina quão tênue é a linha da vida. Como os problemas, as angústias, a insegurança, a responsabilidade, a dor da falta, o medo, podem se esvairir em segundos. Pensa em calcular os impactos de uma possível queda proposital e hesita ao imaginar que os estragos podem não ser tão satisfatórios, ocasionando seqüelas e problemas ainda maiores. Em contrapartida, agradece por toda fé que possui, a qual limita atitudes periculosas.



Desejo mais grades nesse mundo desordenado e impulsivo.
          Namastê.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Carta


Por vezes, nos desentendemos com o que está a nossa volta, com nós mesmos e até com anjos, mesmo que sejam únicos. Dessa maneira, precisamos de um intermédio para nos comunicarmos com eles, sendo necessário veículos, como Nossa Senhora, Santos e até cartas.


" Vitória, 08 de outubro de 2015,

Provavelmente o que sinta seja medo, raiva, revolta, angústia... Talvez, acima disso, sinta medo no momento. Sei que não sou capaz e talvez nem tenha o direito de passar segurança. Mas apesar dos pesares estou na torcida para que tudo dê certo. Desejo que por meio das duas velas cruzadas e do rastelo, emblemas de São Brás, sejas abençoado.

Coloco-me no teu lugar e imagino o que passas. O que vem à mente quando olha pela janela; quando teus sentidos têm percepções do ambiente gélido e pardo; da comida, da tua alimentação; da sua mente.
Quando perguntas foram feitas acerca do lugar (físico e não fisiológico) a intenção era a visita. Mas não é viável.

Desejo que tudo dê certo, que tudo transcorra bem e que não fraquejes. Acredito na tua  força e tenho fé naquele que proporciona providências. Porque quando é genuíno, independe da circunstância há zelo.



                                                                                              Para um Anjo,
Com  carinho e soluços da apreençãoo: -Hicc!"

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O Pequeno Príncipe

Na última sexta-feria assisti ao filme em cartaz do Pequeno Príncipe. A obra retrata apenas a essência do livro, diferente do filme de 1974. De imediato, confesso que me decepcionei com o filme. Fiquei na espera do pequeno príncipe, mas fui surpreendida com um enredo um pouco distinto do que li.

Levando em conta que cinema depende do expectador, os filmes interagem de maneiras distintas com cada expectador. Filmes são interações diversas, com pessoas diferentes e seus modos particulares de interagirem com o exposto . E a obra de Saint-Exupér traduzida para o cinema faz-se dessa maneira.

É bem verdade que é uma obra infantil voltada para o público adulto. Uma criança, ao ler na infância talvez não tenha a percepção nem a maturidade de interpretar. 

O pequeno príncipe vai mundo além de um principezinho que vive num planeta um pouco maior que ele com três vulcões e alguns pés de baobás que decide ir embora após decepcionar-se com o orgulho de uma rosa. O Pequeno Príncipe representa a infância, a criança que existe dentro de cada um, com a pureza e a sensibilidade de valorizar momentos e sentimentos simples. Além disso, é permeado de teor filosófico e poético permitindo muitas reflexões. É carregada de metáforas, basta interpretar com o coração.


"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."


A Rosa

O motivo do principezinho sair do seu planeta é o orgulho da rosa. A rosa era linda, mas o capricho da mesma fez com o principezinho a deixasse, mesmo ambos amando-se.


"É claro que eu te amo. - disse-lhe a flor. Foi minha culpa não perceberes isso."


Por vezes, perdemos algo que amamos por descuidos ou falta de manutenção à relações.

"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante"



Quantas pessoas você já conheceu com comportamentos semelhantes ao da rosa? Pessoas que apresentam belas formas mas o conteúdo é rarefeito, sendo uma companhia fragmentada.



O Rei

Vive no seu mundo e pensa que todos são seus súditos e estão submetidos a suas ordens.

"É preciso exigir de asa um o que cada um pode dar"

Porque é comum a exigência de atitudes do próximo. A cobrança e a expectativa sem se colocar no lugar do outro.



O Homem de Negócios

No seu planeta o tempo todo a trabalhar e a contar estrelas sempre tem a ambição de ter mais. Não tem tempo nem para dialogar com o princepezinho.

Talvez haja alguém por aí nesse mundo capitalista semelhante a esse personagem, mas não tenho muita certeza...


A Raposa
A observo como símbolo da amizade. Ela ensina o pequeno príncipe muitos valores. um deles é o da responsabilidade de cativar, a singularidade que cada um possui e a essência de compartilhar e compreender sua rosa.


"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."


"O amor verdadeiro começa lá onde não se espera nada em troca."


"Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo."


A obra continua permeada de metáforas. É assim com a citação dos desenhos de carneiros. Com o desenho da jibóia que ensina ver além das aparências. Com o escapismo, a tentativa frustrada do bêbado de esconder sua vergonha de ser bêbado. Com a ignorância das mudanças do mundo do acendedor de lampiões . Com a falta de autoafirmação do vaidoso. Com a burocracia do geógrafo em ter conhecimento mas não colocá-los em prática. E assim permanece rico em metáforas possibilitando reflexões plausíveis, sendo atual e adaptável à todas as idades.






                                 



"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar."



Um Namastê por todas as pessoas que não deixaram o principezinho interior esquecido junto com a essência da infância.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O presente...



                 

...É a chave do passado.

                                                                       James Hutton.

Do 6 ao 60

O primeiro olhar do 'por acaso',
Ignora todo atraso.
O sorriso indutivo,
Demonstra o pejorativo e o atrativo.

O abraço conforta
O sentimento tudo suporta.
Então, fechamos a porta.
Alguém ainda se importa?

O crepúsculo chega,
Os carinhos melífluos trazem o sono;
momento em que tudo sanciono.

Característico é o número na vestimenta.
O cotidiano não comenta,
E isto me leva, do seis ao sessenta.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O novo código florestal (O outro lado)

A peculiaridade dos domínios morfoclimáticos brasileiros é reconhecida internacionalmente. Entretanto, com a aprovação do Novo Código Florestal, esta pode ser uma característica ameaçada de extinção. Com ao novo documento, pode ocorrer mudanças na fauna, na flora, e na segurança civil e energética.

A falta de delimitação de produções em APP's (Áreas de Preservação Permanente), assim como da pecuária em topos de morros é algo preocupante. Estas medidas podem ocasionar a extinção de espécies, uma vez que áreas que deveriam ser preservadas facilmente podem ser utilizadas para outras atividades, necessitando da retirada do ecossistema local. Além disso, a utilização da pecuária em topos de morros impacta o solo, além da falta da vegetação propiciar a erosão e como consequência assoreamento ao longo do leito dos rios.

Por outro lado, a impunidade pelo desmatamento e a falta de delimitação para matas ciliares são pontos marcantes no Novo Código. Desta maneira, a extinção da vegetação, tanto para produção de monocultura, de pecuária, ou de qualquer outra atividade pode ocasionar alterações no ecossistemas e até mudanças nos climas locais e globais, dependendo do procedimento aplicado.

Espera-se, assim, a ação conjunta dos cidadãos para a manutenção ambiental. Seria viável a educação e conscientização nas escolas -com gincanas interdisciplinares- da necessidade da preservação espontânea do meio ambiente para o bem social, mesmo que não haja a imposição de leis federais. ONG's e o  Direito Ambiental brasileiro deveriam agir de maneira conjunta para propor emendas no Novo Código que delimitem limites para matas de galerias, utilização de APP's e modelos de agropecuária. Assim, com cidadão engajados e conscientes é possível dar manutenção a diversidade dos domínios morfoclimáticos do Brasil.

Contribuições do novo código florestal para a proteção ambiental no Brasil

A constituição ambiental brasileira é considerada uma das mais completas do mundo e um de seus pilares é o Código Florestal. Com as mudanças que este último sofreu recentemente, debates entre ambientalistas, comunidade científica e população foram gerados. Um dos questionamentos mais recorrentes é o perdão por desmatamentos realizados até 2008, a não exigência da recuperação de áreas desmatadas ilegalmente e não a falta de definição da faixa de proteção de recursos hídricos.

É notório que essas alterações permitem maior autonomia para os proprietários rurais. Além disso, incentiva a produção dos pequenos produtores, sendo positivo para o abastecimento interno, visto que este é realizado majoritariamente pela agricultura familiar. Desta maneira, também há certa asseguração economia, pois não há interferência na exportação realizada pelas grandes propriedades de monocultura que asseguram a balança comercial favorável.

Em contrapartida, a maior flexibilidade que o novo Código Florestal proporciona pode ocasionar sérios danos ao meio ambiente devido a ignorância de alguns proprietários de terras. É bem verdade que ruralistas costumam ter a consciência da importância da preservação ambiental, principalmente os que necessitam do mesmo para o sustento, mas há exceções. As novas modificações do Código abre brechas para o desmatamento e a falta da devida proteção de recursos hídricos, podendo ocasionar o assoreamento de rios, um agravamento na crise hídrica e até a extinção de espécies e a desertificação dos solos.

 Vê-se portanto, a atuação conjunta da sociedade para a manutenção dos ecossistemas, pois apesar de o novo Código Florestal não obrigar a proteção de APP's (Áreas de Preservação Permanente) este não impede que a mesma seja feita. Assim, seria viável que o Governo Federal concedesse incentivos fiscais a ONG's (como o Greenpeace) e a iniciativas privadas (como fabricantes de sementes e insumos agrícolas) para que incentivassem os produtores -principalmente os que possuem terrenos que fazem divisa com ecossistemas- a inserirem em suas propriedades corredores ecológicos e matas de galerias, fornecendo manutenção a fauna, a flora e aos recursos hídricos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Transgenia, clonagem e uso de células-tronco no Brasil

Com o advento da Nanotecnologia e os avanços no setor da biotecnologia novas técnicas foram desenvolvidas. Técnicas estas que privilegiam o cotidiano e apresentam projetos revolucionários para ramos da saúde, meio ambiente e economia. Entretanto, tais projetos que aparentam ser benéficos apresentam contradições no que tange setores como religião, ciência e ética, necessitando de avaliação.

Num país agroexportador como o Brasil, o cultivo de alimentos transgênicos e a criação de animais com boa linhagem clonados aparenta ser interessante. Em contrapartida, pelo fato das plantas geneticamente modificadas serem mais resistentes e necessitarem de mais agrotóxicos setores socioambientais questionam a produção, assim como setores religiosos também questionam o método da clonagem, pois interfere no desenvolvimento de algo singular: a vida.

Já as células tronco batem de frente com dogmas da ética e da religião. A Constituição Brasileira declara inviolável o direito à vida, assim como a igreja é contra o aborto. Nesse cenário, a retirada de células de um embrião em fase de desenvolvimento infringe esses dogmas, mesmo que o objetivo seja salvar vidas, algo também defendido na constituição (o direito e a manutenção à saúde).

Vê-se, portanto, a necessidade da conciliação de instituições científicas, éticas e religiosas. Caberia ao Governo Federal investir subsídios em pesquisas no setor do agronegócio e da saúde, desenvolvendo técnicas de cultivo intensivo com o menor uso possível de transgênicos e agrotóxicos e fornecendo incentivos fiscais para hospitais universitários de extensão e pesquisa. Ao Direito Constitucional caberia intermediar e promover a manutenção dos setores socioeconômicos, julgando casos e quando necessário criando emendas na constituição para que não haja violação à vida. Desta maneira, com uma boa gestão pública e leis bem elaboradas e ratificadas, é possível dar manutenção à vida e à economia de maneira racional.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Má gestão nos recursos hídricos

O problema pela falta de recursos hídricos é tema recorrente no Brasil. Grandes autores da literatura nacional como Rachel de Queiróz, Euclides da Cunha e Graciliano Ramos retrataram o tema no século passado. Entretanto, o problema se agrava ao vivenciar o tema em pleno século XXI e não apenas na região nordeste do país. A falta d'água em todas as regiões apresenta problemas nos setores econômicos, sociais e ambientais, os quais precisam ser contornados.

Apesar de o Brasil destacar-se pelo potencial hídrico, há uma grande diferença quando se compara regiões. A maior concentração hídrica nacional encontra-se na Região Norte, em contrapartida, o maior contingente populacional, econômico e industrial, na Região Sudeste. Além desse problema, é notório que a escassez hídrica é fruto do novo modelo de consumo exagerado, com cidadãos que gastam grandes quantidade de água nos domicílios, no transporte - como nos encanamentos - assim como poluem cursos fluviais.

Tudo isso afeta na economia. Provoca aumento na luz, uma vez que a maior porcentagem da matriz energética é oriunda de hidrelétricas; nos alimentos, pois a agricultura é responsável por mais da metade de toda água doce consumida; e nas exportações, visto que o Brasil destaca-se pela exportação de commodities.

Desta maneira, seria viável por parte das indústrias do setor privado a instalação de sistemas de decantação para reaproveitamento da água. A ANA (Agência Nacional das Águas), competiria a fiscalização mais rigorosa dos recursos fluviais assim como dos reservatórios de hidrelétricas e sistemas de abastecimento. O Governo Federal deveria investir em propagandas televisivas em horário nobre, para conscientização da população com exemplos cotidianos de como economizar água e subsidiar produtores de commodities. Assim, com uma boa gestão pública e com cidadãos coesos é possível manter "O 15" de Rachel de Queiroz existente apenas no século XX.

domingo, 6 de setembro de 2015

Do 7 ao 70


Onírico, ótico, satírico e cósmico
Ao ser testado no plano empírico
Demonstra todo um lado lírico
Bem maior do que mistifico.

O passado que condena;
A indiferença diante de problema;
Suplica que nessa vida terrena
Sejas tua pequena morena.

Falo do falo sucinto
Quando falo que gosto,
Falo e não minto.

Na varanda, o poente,
junto do conforto que orienta,
indo do sete ao setenta.

domingo, 30 de agosto de 2015

O direito ao delírio

"Mesmo que não possamos adivinhar o tempo que virá, temos ao menos o direito de imaginar o que queremos que seja.
As Nações Unidas tem proclamado extensas listas de Direitos Humanos, mas a imensa maioria da humanidade não tem mais que os direitos de: ver, ouvir, calar.
Que tal começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar?
Que tal se delirarmos por um momentinho?
Ao fim do milênio vamos fixar os olhos mais para lá da infâmia para adivinhar outro mundo possível.
O ar vai estar limpo de todo veneno que não venha dos medos humanos e das paixões humanas.
As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel, nem serão programadas pelo computador, nem serão compradas pelo supermercado, nem serão assistidas pela televisão.
A televisão deixará de ser o membro mais importante da família.
As pessoas trabalharão para viver em lugar de viver para trabalhar.
Se incorporará aos Códigos Penais o delito de estupidez que cometem os que vivem por ter ou ganhar ao invés de viver por viver somente, como canta o pássaro sem saber que canta e como brinca a criança sem saber que brinca.
Em nenhum país serão presos os rapazes que se neguem a cumprir serviço militar, mas sim os que queiram cumprir.
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem chamarão qualidade de vida à quantidade de coisas.
Os cozinheiros não pensarão que as lagostas gostam de ser fervidas vivas.
Os historiadores não acreditarão que os países adoram ser invadidos.
O mundo já não estará em guerra contra os pobres, mas sim contra a pobreza.
E a indústria militar não terá outro remédio senão declarar-se quebrada.
A comida não será uma mercadoria nem a comunicação um negócio, porque a comida e a comunicação são direitos humanos.
Ninguém morrerá de fome, porque ninguém morrerá de indigestão.
As crianças de rua não serão tratadas como se fossem lixo, porque não haverá crianças de rua.
As crianças ricas não serão tratadas como se fossem dinheiro, porque não haverá crianças ricas.
A educação não será um privilégio de quem possa pagá-la e a polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la.
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas, condenadas a viver separadas, voltarão a juntar-se, voltarão a juntar-se bem de perto, costas com costas.
Na Argentina, as loucas da Praça de Maio serão um exemplo de saúde mental, porque elas se negaram a esquecer nos tempos de amnésia obrigatória.
A perfeição seguirá sendo o privilégio tedioso dos deuses, mas neste mundo, neste mundo avacalhado e maldito, cada noite será vivida como se fosse a última e cada dia como se fosse o primeiro."  


                                                                                                 Eduardo Galeano

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A questão do índio no Brasil

Os índios compõem a identidade cultural brasileira, uma vez que foram os primeiros habitantes do território. Entretanto, desde o século XVI há conturbações com seu modelo de vida, visto que o contato com os europeus dizimou centenas devido a baixa imunidade que os nativos apresentavam. Mesmo assim, as populações indígenas que restaram ainda sofrem com a concentração do latifúndio, a falta da valorização da cultura e com questões raciais e sociais.

Em 1850 a Lei de Terras garantiu a posse das propriedades indígenas. Em contrapartida, tal lei engessou o latifúndio e ainda houve a expropriação e dizimação de muitas tribos por parte de fazendeiros para expandirem suas terras. Tal cenário de luta ainda se faz presente com rivalidade entre índios e latifundiários, mineradores e garimpeiros.

Com a expropriação de suas terras ou atingidos pelos avanços socioeconômicos ocorreu a integração e a miscigenação com a sociedade, a qual provocou a aculturação das tradições indígenas, uma vez que são impostos padrões de consumo e modelos de vida, assim como ocorreu antigamente com a catequização.Além disso, há o problema do racismo haja vista a falta de aceitação por parte da população por cotas de índios, por exemplo.


Ve-sê, portanto, a necessidade da ação intermediária de órgãos governamentais como a FUNAI e o IPHAN, garantindo a demarcação de terras indígenas com a criação de uma central de monitoramento por meio de imagens aeroespaciais, para não ter de haver o cercamento com sensação de confinamento. Às secretarias de cultura de cada município brasileiro - com presença indígena - caberia o desenvolvimento de atividades culturais em sociedade e sanitárias nas terras, proporcionando o bem estar social das tribos. Assim, com uma boa gestão publica é possível garantir parte da identidade cultural brasileira.

domingo, 16 de agosto de 2015

Justiça com as próprias mãos

O Código de Hamurabi considerado uma das primeiras leis escritas da humanidade expressava a ideia de "olho por olho, dente por dente", sendo válido na antiguidade. Entretanto, tal máxima não se aplica na atualidade, uma vez que exitem culturas diversificadas e sociedades com ideologias distintas. Praticar justiça com as próprias mãos estimula a violência além de ocasionar problemas sociais e psicológicos na população.

Casos de vítimas que reagiram à abordagens de bandidos são recorrentes. Mas tal modo de agir estimula a ação violenta do bandido pondo vidas em riscos, como ocorre com disparo de balas perdidas, agressões físicas e verbais. Isto pode acarretar deficiências motoras e distúrbios psicológicos, como paraplegia e síndrome do pânico.

A violência também é estimulada. Uma criança que cresce com a concepção de reagir a um assalto ou que observa a sociedade que está inserida se portar com violência perante crimes, colocando o bandido como vítima, por exemplo, entende como natural as manifestações violentas, perpetuando esse modelo de agir quando adulto. Forma-se um ciclo violento e com cidadão bárbaros.

Espera-se assim, uma sociedade mais pacífica, por meio da garantia da segurança da população por parte da Polícia Municipal, com rondas rotineiras pelos bairros. Compete também ao Governo Federal investir na educação pública desde a infância inserindo a ideia dos malefícios de reagir à assaltos e subsidiar programas de mesmo cunho para instituições privadas. Ao Governo Municipal, caberia o investimento na rede do SUS para assistências psico traumáticas, de acordo com as estatísticas de cada região. Assim, com uma boa gestão pública e uma sociedade coesa é possível deixar a lei do Talião apenas na História.

Durad(ouro)

Sai de casa pela manhã essa semana e me deparei com a seguinte cena:


                                         


O casal caminhava sob a chuva, ambos sem tanto vigor físico, mas havia ajuda mútua. O senhor segurava o guarda-chuva, enquanto a senhora conduzia os passos, verificando a falta de condição para passar em alguns lugares da calçada, por exemplo. Algo peculiar era a sincronia dos passos, caminhavam com a mesma passada. Havia carinhos nítidos nos gestos.

É bem verdade que agi como um paparazzi, mas não resisti em registrar o momento.
O cômico é que, observei isso justamente numa fase em que me questiono sobre o duradouro.

Segundo o dicionário, Duradouro é aquilo que tem capacidade de durar muito; ser durável.
Tem como sinônimo eterno, infindável, perenal.
Contando ainda com etimologia (durado + ouro).

O ouro pertence aos metais nobres, pois é difícil de sofrer oxidação e ainda é conhecido como símbolo de riqueza. Se um relacionamento não se desgasta com pouca coisa e mantém boas ligações, o adjetivo de duradouro cabe perfeitamente, sendo uma riqueza.

Entretanto, tal definição não me auxilia muito, uma vez que tenho minhas dúvidas sobre o eterno. Talvez seja falta de crença nele. Me comovi com a imagem justamente por não acreditar que ela possa se repetir com a nova geração.
Posso estar muito enganada, ou tendo concepções devido mágoas e inseguranças, mas penso que os dois velhilhos estão juntos até hoje, e cuidam um do outro com carinho por fazerem parte de uma geração distinta da atual.

Observo as relações atuais, e estas são regidas por padrões estéticos e monetários. Me questiono e me preocupo se nos relacionamentos há amizade antes do desejo, se há um algo genuíno e altruísta antes do que as pessoas definem como amor - porque acho que este último é utilizado de maneira inadequada.

Espero ser capaz de mudar minha concepção negativa sobre o assunto. Espero adquirir mais confiança. Espero por pessoas com qualidades estimáveis. 

Enquanto isso, admiro a valorização interior e gerações conservadoras.  


                                                                                    Namastê.

Porcentagem qualitativa do rap brasileiro

Essa semana recebi de um amigo o link de uma entrevista:
http://canalbrasil.globo.com/programas/espelho/videos/3258124.html

A entrevista é de Lázaro Ramos a Criolo, a qual só ouvi verdades.

O rapper valoriza a periferia, não só por ter feito parte dela, mas por ter na sua essência a humildade. E acredito que esse é o maior valor que um ser humano pode ter.

          "Periferias em geral sempre dão um bom exemplo"

E realmente dão exemplos. Exemplos de superação. Superação da vivência em um país que alimenta disparidades, que segrega, que possui o preconceito camuflado, e tem os poderes elitizados e concentrados. Periferia essa que mata dragões por dia e ainda assim conta com moradores de bom coração, receptividade e que mantêm os sorrisos.

Há o questionamento também da dicotomia social existente no Brasil. É de difícil observação sobrenomes tradicionais  - daqueles advindos de colonizadores, coronéis e capitães donatários, por exemplo - na periferia. Isso é fruto da hierarquização, da dificuldade de mobilidade social, do preconceito e da má distribuição, alimentados fortemente pelo capitalismo.

                      "Nacionalista, não quer dizer ser socialista
                       A minha posição é somente de humanista
                       [...]
                       Que vergonha pátria amada, até quando Brasil Colônia?"
                                                                                    Até quando Brasil Colônia? - Oriente

A corrupção é outro tema abordado. Saúde transformou-se num comércio, assim como a educação, haja vista a precariedade do sistema de saúde. Fiz uma cirurgia mês passado e o valor pago pela taxa do hospital foi maior que o pago pelo serviço do médico. Outro indicador são os resultados anuais do ENEM. Estatísticas apontam que menos de 10% das melhores notas provêm de escolas públicas, e quando vêm, são de regiões elitizadas e com processos seletivos que socialmente privilegiam candidatos com melhor condição monetária.


             "A mão que segura o chicote não é invisível"


Como nas letras e ideologias de rappers brasileiros, enxergo os problemas existentes no país e espero melhorias e ascensões sociais, assim como mais solidariedade, alteridade e humildade na sociedade.


"Ponha-se na condição de pedra, sem adornos, as pessoas vão lhe respeitar."


Um abraço a esse amigo de humildade  admirável, rico de espírito e com sagacidade ímpar.
Desejo que todos tenham um amigo como o meu, ou pelo menos um conhecido, capaz de discutir assuntos diversos e valorizar as coisas simples da vida.


 
                                                                                             Namaskar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O papel da mulher na sociedade contemporânea

A partir da década de 60 com o advento da minissaia, das pílulas anticoncepcionais assim como com o início da urbanização brasileira, ocasionando a demanda por mão de obra nas cidades, a mulher ganhou mais espaço na sociedade. Entretanto, tais avanços que permitiram mais participação social feminina deram origem a falta de tempo para as mulheres que conquistaram autonomia. Assim, há uma fragmentação na educação dos filhos e na manutenção dos padrões de beleza, atrapalhando a vida física e emocional. Estes fatos comprovam a desigualdade de gêneros existente em pleno século XXI.

Jornadas duplas e até triplas de trabalho são comuns para o perfil da mulher contemporânea. Muitas chegam a ter dois empregos e ainda têm de trabalhar em casa e cuidar dos filhos, isso quando não têm de lidar com a ausência da paternidade. Essa sobrecarga não deixa espaço para cuidados com a saúde e a estética, a qual é patrocinada fortemente pela mídia impondo padrões, uma vez que o Brasil destaca-se mundialmente pelo consumo de produtos de beleza. Forma-se então distúrbios pessoais às mulheres que não conseguem manter o arquétipo da "beleza da mulher brasileira".

Assim a desigualdade de gêneros fica confirmada. Está inserido na mentalidade da sociedade que as tarefas domésticas têm de ser realizadas pelas mulheres, sendo comum homens não auxiliarem manutenção dos cuidados com o lar e com a educação dos filhos. Gera-se assim uma alienação feminina,  haja vista que o número de pacientes com depressão e bipolaridade cresceu entre o gênero feminino.

Desta maneira, espera-se uma sociedade mais flexível e compreensível perante os problemas que a mulher contemporânea enfrenta. Seria viável que fosse inserido nas escolas, desde a infância, um ensino que integrasse a igualdade de gêneros, estimulando brincadeiras de meninos com bonecas assim como de meninas com ferramentas e carrinhos, por exemplo. Além disso, compete ao governo investir na mídia a ideia da beleza natural feminina, assim como ratificar leis como a "Maria da Penha" e a recente do "Feminicídio", com efetiva fiscalização não permitindo fatos impunes, garantindo segurança. Logo, com uma boa gestão pública e uma sociedade flexível, é possível ampliar a luta secular pela igualdade de gêneros.



          "Esforço, dedicação, trabalho e ternura são a síntese do feminino que hoje permeia a sociedade brasileira."
                            Anna Lydia

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A magia dos sorrisos

Recentemente fui questionada sobre sorrisos matinais. E as vezes me sinto com problema mental pela dificuldade de me manter séria. 
Isso me levou ao questionamento se  possuía algum problema. E tenho, vários, assim como todos têm. Caí na reflexão de que, apesar de tê-los, são ínfimos comparados com as mazelas da sociedade, e tornam-se menores ainda pelo fato de sorrir. 


                        

É bem verdade que um simples sorriso pode alterar toda uma trajetória.
Um dia nublado, com um "bom dia" simpático e sincero permite que a beleza do céu seja vista além das nuvens. assim como, um cumprimento sincero de um velhinho pode estimular a vontade de viver.

Não nego que seria hipocrisia querer bom humor e sorrisos todos os dias. Existem inúmeros problemas e aflições, os quais têm de ser resolvidos e que fazem parte da rotina e da vida.
Mas prezo pela coerência dos fatos. existem ciclos de amizades e eventos vários. Acredito que o mal humor de um evento ou de determinado grupo não deve ser levado para outro ambiente.
Caso o grupo de amigos do barzinho tenha feito uma crítica ou causado irritação, isto não deve transparecer ou afetar a vida social e a simpatia com o grupo do trabalho, por exemplo,



Vale lembrar também que ignorar é a maneira mais elegante de se defender da maldade. 


Millimize os problemas com sorrisos! 

                                                                                                    Namaskar, =D

Onde o sagrado se manifesta

Antes de qualquer coisa, não venho defender religiões. Tenho consciência dos erros e defeitos que existem dentro da minha, assim como os demais defeitos que são recorrentes em instituições do tipo. Além disso, Acredito que, se cada indivíduo seguisse os dez mandamentos ou uma doutrina de cunho social ou filantrópico, talvez não fosse necessário os sistemas carcerário e judiciário.

Vale debater que, a partir do momento que a ciência evolui, a religião perde espaço.
Isso é perceptível desde a idade média, por exemplo. Um navegador que acreditava que a Terra fosse quadrada, necessitava da crença em algo divino para encarar o mar e os "monstros" que existiam, haja vista que o ditado da época era "Se queres aprender a rezar, arisca-te no mar". Com a descoberta do novo mundo, do avanço da tecnologia, da substituição de instrumentos como a bússola e o astrolábio pelo GPS e com o mapeamento da superfície terrestre essa crença não foi mais necessária.
Um agricultor que estava submisso às intempéries climáticas e não tinha conhecimentos sobre as massas de ar, correntes marítimas e fenômenos climáticos e geológicos que ocorrem naturalmente e periodicamente, tinha sua condição de subsistência e de regadio suscetível, sendo necessária a crença em algo superior. Com os avanços tecnológicos e eventos como a Revolução Verde, outra necessidade da crença foi sucumbida. 

Mas apesar do avanço da ciência e das explicações empíricas que ela fornece, ainda é necessário acreditar numa divindade, ou em algo supremo que não apenas explique alguns fenômenos, mas que dê motivos e coerência à eles.

Não considero explicações científicas em alguns casos por possuir crença em algo sagrado. 

Apesar de entender a rotação e translação da Terra, necessito acreditar em algo superior que seja capaz de me conceber o dom de apreciar um novo dia todas as manhãs;

Apesar de compreender os sistemas de produção, a corrupção, a má distribuição, necessito crer em algo para agradecer pelo alimento que possuo todos os dias;

Apesar de ter conhecimento sobre fisiologia, genética e alimentação, preciso agradecer pela minha saúde e pela minha estrutura;

Apesar de entender os regimes climáticos e hídricos, que a seca é algo natural assim como acreditar em teorias recentes de meteorologistas contemporâneos que defendem o "resfriamento global", preciso agradecer pela água que me molha e sacia;

Apesar de enxergar as diversas relações humanas existentes nas heterogêneas sociedades, tenho de agradecer pelos ciclos de amizades e pelas pessoas que possuo contato e convivo;

Apesar de compreender a liberação da ocitocina e da serotonina desde criança ao ter contato com meus pais, desconsidero esse fato empírico para acreditar que existe algo superior que rege e orienta minha família e toda afetividade envolvida.


                                                     
                                                                                       Imagem da Sagrada Família

A foto acima representa a Sagrada Família, mas não retrata a adoração à imagem.


"Não se trata de uma veneração da pedra, de um culto da árvore como árvore. A pedra dagrada, a árvore sagrada não são adoradas como pedra ou como árvore, mas justamente porque são hierofanias, porque "revelam" algo que não é nem pedra, nem árvore, mas o sagrado, o ganz andere." 
                                                                                                                   Mircea Eliade
                                                                                                                             


O sagrado se opõe ao profano e se manifesta todos os dias, de várias maneiras. Tudo depende apenas de como o coração de cada um está preparado para receber essa manifestação.

Ter fé em algo superior  ou simplesmente saber agradecer faz-se essencial. Quando não há essa manifestação, não faz sentido prosseguir.

                                                              "Não precisa morrer pra ver Deus"
                                                                        Não existe amor em SP - Criolo


                                                          Credo. Pergratum habeo. Gratias tibi.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Crimes contra a humanidade e discriminação

Poema


Com a descoberta do Novo Mundo
a exploração do indígena ia afundo.
Por facas e espelhos foram trocados,
Assim, retaliados, índios foram disseminados.

Vários foram mortos pela Eugenia
Enquanto isso, a dor moral pungia.
Dominou, inferiorizou, dizimou raças.
E hoje nada disso é lembrado no dia de ação de graças.

Com ufanismo, o Nazismo
o etnocentrismo pregou.
As vítimas foram os Judeus,
Mas não somos todos filhos do mesmo Deus!?

Esse mesmo Deus único que
Não permitia outras crenças.
No horizonte do Atlântico, lembranças...
Exú, Oxalá, Ogun, Obá, Iemanjá, Iansã.

O racismo de origem
além do navio negreiro
Trazido no tumbeiro
Hoje mostra a força do guerreiro.

Tantos brasileiros, esses são os guerreiros, que
sobrevivem à discriminação, baculejo e camburão.
Pelos 'homi' classificados: "É tudo baderneiro".
Por serem irmãos, unem-se, pela força da comunhão.

                                                                            Milli, C. B.




                                                 "Navios negreiros não cruzam mais o oceano,
                                                  Mas o trabalho e o dinheiro continuam escravizando
                                                  Impondo ao mundo a cultura do capital
                                                  Materialismo, acúmulo e o pensamento individual."
                                                                                                  Escala Latina - Forfun


Crimes contra a humanidade e Discriminação

Dissertação


Crimes contra a humanidade são recorrentes na história. É possível recordar dos mais recentes, no século XX, como a Eugenia na África, o Nazismo na Alemanha e torturas por Estados Totalitários na América Latina. Atualmente, em pleno século XXI ainda é possível identificar crimes que infringem os direito humanos.  Muitas sociedades são vítimas de escravidão, de discriminações raciais, de gênero e até religiosa, as quais acarretam a intolerância e esta, motiva crimes contra vidas.

É bem verdade há locais em que ocorre a exploração da mão de obra, com empregados que trabalham exaustivas horas e recebem muito pouco. Fato este comum em locais que exportam commodities ou que necessitam de trabalho artesanal. as vítimas desses casos são pessoas com baixa renda, de origem dos próprios locais explorados ou imigrantes que foram enganados ou que não obtiveram sucesso no processo migratório. Seria viável, em casos como este, o monitoramento por meio da Fiscalização do Trabalho federal e a implementação de um disque denúncia específico em cada estado, além das embaixadas de cada federação atuarem de modo a amparar o imigrante.

Além disso, também se observa a intolerância, principalmente em sociedades conservadoras. Por falta de modernidade e aceitação do novo, gera-se o preconceito por casos homossexuais e por novos modelos de religião. Além disso, o racismo e a xenofobia são eventos recorrentes, principalmente em países em que possuem em sua história o sistema escravocrata e o patriotismo. Isto afeta a ordem e o bem estar social, gerando a violência e servindo de justificativa para crimes contra os direitos humanos.

Desta maneira, compete às escolas estimularem um sentimento altruísta por parte dos estudantes desde o ensino primário, criando situações que os coloquem no lugar do outro para que compreendam a necessidade do respeito, uma vez que perante a lei não há distinção étnica, racial e de gênero, abrindo a mente dos estudantes para que conceitos não sejam criados precipitadamente, por meio de grêmios estudantis e gincanas interativas. Cabe também ao Sistema Judiciário monitorar casos e  ratificar leis, não mantendo a  impunidade em casos de crimes discriminatórios. Medidas de coerção eficazes também têm de ser impostas, desde a piadinha na escola até o crime no ambiente de trabalho. garantindo a justiça em todas as faixas etárias. Assim, com uma boa educação e uma boa gestão pública e judicial, é possível minimizar crimes contra os direitos humanos em pleno século XXI.



                              "Precisamos de Direitos Humanos para humanos direitos"
                                                                                               Antônio Bezerra